Desporto
eSports: de vitória em vitória até ao triunfo virtual
A organização que era restrita às modalidades desportivas já chegou aos jogos de computador. Fazem-se equipas, as multidões enchem estádios e ganham-se milhões. Devagarinho, a União de Leiria está a entrar neste mundo.
É a quarta revolução industrial a dar mais um sinal e os puristas do desporto com as mãos na cabeça. Com a Lisboa Games Week, que decorreu no passado fim-de-semana, os meios de comunicação social têm sido invadidos pela expressão eSports.
Parece ter chegado ao País, e para ficar, este fenómeno global que já conquistou milhões de pessoas em todo o mundo e que não é mais do que competição, sim, mas em jogos electrónicos.
É verdade. Hoje, os videojogos servem para muito mais do que para entreter e a comunidade está em exponencial crescimento, tendo já captado a atenção de marcas que encontram neste universo paralelo uma oportunidade de ampliar o seu alcance. O negócio continua a crescer e há até quem seja profissional e ganhe salários milionários por ser um virtuoso a movimentar o rato.
A final do mais popular jogo que existe, o League of Legends, decorreu num estádio com 40 mil pessoas a acompanhar o desenrolar do jogo em ecrãs gigantescos, mais uns quantos milhões assistima no mundo inteiro via net. O espectáculo teve inclusivamente direito a um concerto dos Imagine Dragons. Como se da final da Champions League se tratasse.
Devagarinho, o fenómeno vai entrando no País. Nos últimos dias, a Federação Portuguesa de Futebol apresentou a sua primeira E-liga do mais famoso dos simuladores de futebol, o FIFA, seguindo o exemplo de Espanha e França, entre outros.
Os clubes estão atentos ao fenómeno e Boavista, Paços de Ferreira, Sporting, Marítimo, Rio Ave, Estoril e Sporting de Braga juntam-se a outras equipas que há mais tempo integram competições deste jogo electrónico.
“A Federação criou uma divisão dentro da sua estrutura para organizar e supervisionar torneios e campeonatos de FIFA por equipas, uma decisão que revela bem a forte aposta numa área ainda com pouca expressão em Portugal”, revelou este organismo, em comunicado.
Ora, a União de Leiria (ainda) não vai aderir a esta competição, mas o seu departamento dedicado ao eSports já arrancou. Constituído por alunos e ex-alunos do Instituto Politécnico de Leiria, pretende dinamizar a comunidade que, na cidade, esteja envolvida com jogos, seja em simulação de futebol, em jogos de cartas ou em jogos de tiros e guerra.
João Simões e João Leitão, dois recém-licenciados em Marketing pela Escola Superior de Tecnologia e Gestão, de Leiria, estão na génese deste movimento. Gamers convictos, queriam fazer alguma coisa pela comunidade. O resto do mundo está a crescer a olhos vivos, mas “na cidade estava tudo parado”, lamentavam-se.
Decidiram então contactar o clube sobre um eventual interesse em aderir ao mundo dos jogos electrónicos e a resposta foi entusiástica. Curiosamente, os dois empreendedores jogaram com o emblema do castelo ao peito nos escalões de formação de futebol e, por isso, a ligação é não só de conveniência, mas sobretudo sentimental.
“Lembrei-me da União de Leiria porque é um clube histórico e podia ser uma forma de dinamizar e torná-lo mais vivo”, diz João Simões, de 27 anos.
Nativos digitais
Esta geração de millenials encara o eSports como um jogo, sim, mas também como um espectáculo. João Leitão, de 23 anos, admite que gosta “muito mais” de assistir o um desafio de Counter Strike ou de League of Legends bem disputado pelo YouTube, do que propriamente jogar. Exactamente como uma exibição de Cristiano Ronaldo.
“Continuo a ver futebol, mas já não tenho genica para jogar regularmente. O mesmo se passa aqui. Quem gosta disto vibra exactamente da mesma maneira que vibra com um golo do clube de que gost
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