Abertura

Fogo não foi forte o suficiente para quebrar a resiliência 

18 jun 2021 14:16

Pedrógão Grande | Fez ontem quatro anos que parte do norte do distrito de Leiria foi consumido pelas chamas. Um cenário "dantesco" que provocou a morte a mais de 60 pessoas, mas que não conseguiu derrubara esperança de um casal de Lisboa que procura mudar mentalidades e apostar na biodiversidade como recuperação do interior 

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“O que se passou em Pedrógão Grande é o reflexo do País e ainda reforçou mais a nossa intenção de fazer algo pela terra. Temos coragem e somos resilientes. Quando chegava aqui adorava o cheiro do eucalipto, hoje já não penso assim”
Ricardo Graça

Daniela Alves e Tiago Bernardino tinham trocado Lisboa por Pedrógão Grande há cerca de um ano e meio quando foram surpreendidos por um cenário "dantesco", algo que até então só tinham visto na televisão.

Assistiram ao fogo descer Escalos Fundeiros e chegar à Aldeia das Freiras, localidade em Vila Facaia, onde residem. Sem água na torneira, salvaram a casa com baldes de água que retiraram da sua pequena piscina.

No meio do “holocausto”, como recorda, Tiago ajudou ainda a pôr a salvo duas vizinhas, uma das quais se encontrava numa cadeira de rodas e viria a perder a sua casa.

Viveram momentos de aflição e a pele de galinha continua a surgir sempre que recordam o dia 17 de Junho de 2017, mas o fogo não foi forte o suficiente para os assustar e afastá-los de Pedrógão Grande.

Não perderam a esperança de seguir com os seus projectos e são hoje um exemplo de resiliência. Querem recuperar um território que adoptaram como seu e ajudar a mudar mentalidades para evitar que novas tragédias voltem a acontecer.

A permacultura e a biodiversidade são a base do projecto que começaram a construir aos poucos. Depois do incêndio compraram um terreno, com uma pequena casa em ruínas, que pretendem recuperar para ecoturismo.

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