Sociedade

Fogos em Ourém provocaram danos avaliados em 753 mil euros sem contar floresta e agricultura

2 ago 2022 14:03

Município tem 47 processos de empresas e famílias com perdas em vários domínios, na habitação, oficinas e anexos. As perdas na floresta e na agricultura ainda não estão contabilizadas.

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Presidente da Câmara de Ourém defende abertura de linha de apoio para os concelhos mais afectados
Ricardo Graça
Redacção/Agência Lusa

 

 

Mais de 750 mil euros é a estimativa dos prejuízos decorrentes dos incêndios de Julho no concelho de Ourém. O valor, avançado na última reunião de câmara pelo presidente Luís Albuquerque, não inclui danos na floresta e na agricultura, disse hoje o presidente da autarquia.

“Há 47 processos de empresas e famílias com perdas em vários domínios, na habitação, oficinas e anexos. O prejuízo estima-se em 753.770 euros, mas não estão contabilizadas as perdas na floresta e na agricultura”, explicou à agência Lusa Luís Albuquerque.

Segundo o autarca, “foram identificadas duas situações de maior vulnerabilidade que se prendem com uma primeira habitação”, em Freixianda, e uma oficina de carros, ambas destruídas.

“Relativamente à habitação, onde viviam três pessoas, pai idoso e dois filhos adultos, um dos quais portador de deficiência, a câmara vai suportar o custo total da reconstrução”, assegura Luís Albuquerque.

As três pessoas foram realojadas, sendo que, “no caso dos filhos, provisoriamente”, especificou, referindo que, “para já, a câmara vai comparticipar a renda de uma habitação durante alguns meses até a situação estar encaminhada”. No caso da oficina em Espite é uma “situação diferente” e carece de avaliação.

Luís Albuquerque considera que “o Governo deve abrir uma linha de apoio para os concelhos mais afectados por este flagelo [incêndios], no sentido de, em conjunto, serem encontradas soluções, para ajudar a resolver estes problemas, como o caso desta primeira habitação”.

Por outro lado, apontou a necessidade de ser efectuado um levantamento no terreno para apoiar as pessoas que registaram danos na agricultura e floresta, “independentemente de estarem colectadas”, notando que, para muitas, essas actividades eram “a sua forma de subsistência e a sua vida”.

O concelho de Ourém tem sido, este Verão, fustigado por fogos florestais.

O primeiro grande incêndio eclodiu na União de Freguesias da Freixianda, Ribeira do Fárrio e Formigais, no dia 7 de Julho, vindo a propagar-se aos concelhos de Alvaiázere e Ferreira do Zêzere. Já no dia 12, registou-se um novo fogo em Cumieira, na freguesia de Espite.

Nestes dois incêndios, o Município estimou em 3.000 hectares a área ardida.

No último domingo, registou-se mais incêndio de grandes proporções, na localidade de Casal do Ribeiro, na União de Freguesias de Rio de Couros e Casal dos Bernardos, sendo que a área ardida é na ordem dos 500 hectares,

Esta segunda-feira, um fogo eclodiu em Formigal, na União de Freguesias de Matas e Cercal, obrigando também à intervenção de meios aéreos.

Ainda na reunião do executivo municipal, foi aprovada a abertura de concurso para a criação de mais três pontos de água, para apoio ao combate a incêndios rurais.

Luís Albuquerque explicou que cada um terá capacidade para 850 metros cúbicos de água, representando um investimento global de 150 mil euros que deverá estar concluído até final do ano.

Tal como o JORNAL DE LERIA noticiou em Março último, os três reservatórios vão ficar nas localidades de Malaguarda (União de Freguesias da Freixianda, Ribeira do Fárrio e Formigais), Sobral (Nossa Senhora das Misericórdias) e Toucinhos (Alburitel).

“Com esta intervenção, o concelho de Ourém passará a contar com 32 pontos de água”, divulgou a autarquia.

A câmara assumiu também, através de protocolo, a gestão do ponto de água existente na antiga pista de motocross do Escandarão.