Sociedade
Formalizada candidatura da calçada portuguesa a património da Unesco
Com esta candidatura, pretende-se, por um lado, “promover, proteger e divulgar a arte de saber fazer calçada como elemento identitário de Portugal”, e, por outro, a valorização dos calceteiros
Está formalizada a candidatura da arte e saber fazer calçada à portuguesa a património cultural imaterial da Unesco. A proposta foi entregue, no final da semana passada, à comissão nacional da Unesco, depois de um percurso de “vários anos”, que incluiu a inscrição no inventário nacional do património cultural e imaterial, concretizada em Julho de 2021.
“A entrega da candidatura é o culminar de vários anos de trabalho e um passo decisivo nesta ambição de ver a arte e saber fazer calçada reconhecida com património da Unesco”, assinala António Prôa, secretário geral da Associação da Calçada à Portuguesa, promotora da iniciativa.
Segundo o dirigente, após a inscrição no inventário nacional, houve “um aprofundamento do trabalho”, dando um âmbito nacional ao projecto, inicialmente focado em Lisboa e que agora integra também os municípios de Porto de Mós, Funchal, Ponta Delgada, Estremoz, Braga, Faro e Setúbal.
Com esta candidatura, pretende-se, por um lado, “promover, proteger e divulgar a arte de saber fazer calçada como elemento identitário de Portugal”, e, por outro, a valorização dos calceteiros, uma profissão que “está em risco de desaparecer”.
“Com este reconhecimento, podemos contribuir para que estes profissionais sejam mais bem remunerados e mais valorizados e, com isso, atrair mais pessoas para este trabalho”, alega António Prôa.
Exposição em Porto de Mós
Inserida na candidatura, foi criada a exposição A arte e o saber fazer calçada, que estará patente na Central das Artes de Porto de Mós, até terça-feira, dia 25, e que, segundo o presidente da câmara, irá depois percorrer outros concelhos.
Da mostra, faz parte um conjunto de moldes em madeira, alguns do século XIX, utilizados na execução de calçadas emblemáticas, bem como ferramentas e materiais usados neste tipo de trabalho e painéis explicativos.
A calçada à portuguesa começou a ser usada no século XIX em Lisboa. Difundiu-se, depois, por todo o País e para várias partes do mundo, havendo registo de trabalhos em 18 países e mais de 100 locais, com destaque para o Brasil.
