Sociedade
Funcionários do Centro de Apoio a Deficientes João Paulo II em greve
Trabalhadores pararam hoje três horas durante a manhã
Alguns trabalhadores do Centro de Apoio a Deficientes João Paulo II cumpriram hoje o segundo dia de greve pelo aumento de salários.
Segundo Ivo Monteiro, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (Cesp), os trabalhadores cumpriram hoje três horas de greve no início do turno e no domingo duas horas, “para dar um sinal claro à União das Misericórdias Portuguesas” (UMP) da exigência de “aumentos salariais”.
“Temos um acordo de empresa desde 2019 e a UMP recusa-se a negociar a tabela salarial, num momento em que os funcionários têm dado tudo, nos últimos dois anos, devido à pandemia, e exigem o reconhecimento do seu trabalho e da actualização salarial”, salientou Ivo Monteiro.
O dirigente sindical revelou que os trabalhadores recebem todos o salário mínimo nacional, independentemente de estarem há cinco, dez ou 25 anos. “Não é digno nem justo”, referiu.
Segundo uma nota de imprensa do Cesp, “há pelo menos quatro anos que os salários da generalidade dos trabalhadores não são aumentados”.
A UMP admitiu que a “melhoria” das “remunerações, carreiras e condições de trabalho” dos seus trabalhadores são “uma preocupação permanente da UMP”, ao salientar que “os colaboradores do Centro de Apoio a Deficientes João Paulo II são elementos essenciais nos cuidados que são prestados aos utentes”.
“A UMP tem vindo a trabalhar continuamente para assegurar a sustentabilidade e garantir, assim, uma gestão eficaz dos recursos humanos do Centro de Apoio a Deficientes João Paulo II”, referiu a UMP.
Contudo, “o aumento sistemático dos custos de funcionamento das respostas sociais disponibilizadas neste Centro, sem que até ao momento o Estado tenha correspondido ao sobrecusto, não obstante já existir entendimento nesse sentido, leva a que não seja possível, do ponto de vista da sustentabilidade da instituição, dar resposta imediata às exigências dos colaboradores”, acrescentou a associação.
A UMP reforçou que “continua a estar, tal como sempre esteve, disponível para o diálogo e para chegar a um acordo possível com os colaboradores”.
Ivo Monteiro adiantou que não houve mais nenhum contacto com a UMP e o processo está a ser acompanhado pela DGERT – Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho. “Vamos ver se há respostas positivas na próxima reunião. Caso contrário, os trabalhadores irão pensar em novas formas de luta”, avisou.