Sociedade
IP avança com projecto para modernizar Linha do Oeste até ao Louriçal
Empreitada de modernização do troço entre Torres Vedras e Caldas da Rainha consignada esta terça-feira por 38,4 milhões de euros.
Nas próximas semanas, a Infraestruturas de Portugal (IP) irá avançar o concurso para o projecto de modernização da Linha do Oeste entre Caldas da Rainha e Louriçal. A intervenção contemplará o aumento de velocidade para os 160 quilómetros/hora e a duplicação da linha, deixando-a preparada para articular com o futuro projecto de alta velocidade que terá estação em Leiria.
O anúncio foi feito esta terça-feira pelo vice-presidente da IP, Carlos Fernandes, durante a consignação da empreitada da modernização do troço da linha entre Torres Vedras e Caldas da Rainha, pelo valor de 38,4 milhões de euros.
Em relação ao troço a Norte de Caldas da Rainha, o dirigente revelou que os documentos do concurso já estão preparados para lançar o projecto. "Estamos a aguardar autorização para fazer o lançamento do concurso para contratação do projecto, que perspectivamos que possa ser lançado nas próximas semanas”, avançou Carlos Fernandes, citado pela agência Lusa.
Considerando trata-se de uma “intervenção ambiciosa”, o vice-presidente da IP explicou que a intervenção prevista para o troço Caldas da Rainha-Louriçal vai permitir o aumento da velocidade “para patamares na ordem dos 160 quilómetros/hora e Empreitada de modernização do troço entre Torres Vedras e Caldas da Rainha consignada esta terça-feira por 38,4 milhões de euros
O projecto contemplará ainda a electrificação do troço a 25 mil volts, a instalação de modernos sistemas de sinalização, a supressão de várias passagens de nível e a intervenção em pontes metálicas para reforçar a sua capacidade de carga”.
Esta será a terceira fase do projecto de modernização e electrificação da Linha do Oeste, que tem em curso um investimento global de 158 milhões de euros, dividido em duas grandes empreitadas.
A primeira corresponde à electrificação e modernização do troço entre Mira Sintra-Meleças e Torres Vedras, no valor de 61,5 milhões de euros, e a segunda o troço Caldas da Rainha-Torres Vedras, no valor de 38,4 milhões de euros, cuja empreitada foi consignada esta terça-feira.
Com esta modernização em curso “o Governo português propôs a inclusão da Linha do Oeste na rede transeuropeia de transporte”, assinalou o representante da IP, adiantando ainda que a proposta “já foi aceite pela Comissão Europeia” e encontra-se actualmente em fase de consulta pública, devendo ser posteriormente votada no Parlamento Europeu.
Segundo Carlos Fernandes, com essa inclusão “cria-se uma responsabilidade para o país, que é assegurar que a Linha do Oeste vai ser uma estrutura multioperável e electrificada até 2050, permitindo cargas até 2,5 toneladas e a circulação de comboios de mercadorias com pelo menos 750 metros”.
Na sua intervenção o vice-presidente da IP admitiu “preocupação” com o ritmo da empreitada entre Torres Vedras e Meleças, com apenas 30% de execução por “razões exógenas à obra”, como a pandemia de covid-19, “as dificuldades logísticas provocadas pela guerra na Ucrânia e um aumento brutal dos materiais”.
E, acrescentou, também pela “dificuldade do consórcio em avançar com a obra, por via da saída que tinha a componente ferroviária”.
Carlos Fernandes informou hoje que a empresa submeteu já à IP uma proposta de cedência contratual para o consórcio Ramalho Rosa (responsável pelo troço Caldas da Rainha-Torres Vedras).
A IP “irá pronunciar-se rapidamente sobre o pedido, mas acredito que chegámos a uma solução que nos permite resolver o problema que estava criado nesta obra e que podemos rapidamente mobilizar meios e avançar com a execução”, disse.
A Linha do Oeste é um troço ferroviário que liga a estação de Agualva-Cacém, na Linha de Sintra, à estação de Figueira da Foz, cuja modernização é reivindicada há décadas pelas populações e municípios.