Viver
João Aidos: “Quadros de pessoal [das autarquias] não estão adequados às necessidades dos equipamentos culturais”
O director artístico do Teatro Municipal de Ourém considera que “existe um problema premente quanto aos limites da contratação, por parte das autarquias”, para funções nos equipamentos culturais
Que balanço faz dos primeiros meses de actividade do Teatro Municipal de Ourém, reinaugurado em Junho após profundas obras de reabilitação?
Tem sido positivo, tendo em conta a resposta, em termos de adesão, que os vários públicos nos têm dado. Trata-se de um projecto que investe também na capacitação, no envolvimento e na mediação, através de propostas contemporâneas – afinal, o nosso tempo. Esta noção de serviço público permite criar uma oportunidade de valorizar as pessoas enquanto património fundamental e gerar melhores oportunidades sociais, de exercício da cidadania, dignidade social, capazes de gerar um impacto sem precedentes no território. Acrescentaria ainda nesta “receita” um factor agregador destes objectivos, que é a nossa equipa. Vai muito para além dos elementos da nossa ficha técnica, inclui vários departamentos da autarquia, cujo trabalho em volume e capacidade de adaptação tem sido enorme, e os nossos embaixadores, que são muitos mais.
O que proporciona ao Teatro Municipal de Ourém a adesão à recém-criada Rede de Teatros e Cine-Teatros Portugueses (RTCP)?
Confere-nos uma outra responsabilidade, quer local quer regional, e mesmo nacional, pois fazer parte de uma rede com uma determinada missão orientada para o serviço público obriga-nos a cumprir com as expectativas estratégicas definidas pelo programa. É de referir que concorremos ao patamar mais elevado de financiamento, o que demostra, mais uma vez, a aposta e ambição da autarquia. Teremos mais condições para contribuir para uma maior coesão social, cultural e económica do território. Também dará maior visibilidade ao sistema artístico, cultural e criativo local. Irá permitir, desde logo, um planeamento mais estruturado a médio longo prazo: partilha de experiências e casos de boas práticas; ajuda na resolução de problemas comuns, economia de escala na produção ou acolhimento de projectos artísticos em parceria.
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