Sociedade
Leiria recupera ‘casa do horto’ e antiga escola para habitação a custos controlados
Previsto investimento a rondar os 250 mil euros em dois T2
O Município de Leiria vai avançar com a requalificação da ‘casa do horto’, localizada na encosta do Castelo, e da antiga escola primária das Figueiras, na freguesia dos Milagres, para habitação a custos controlados, com renda apoiada. Os projectos, apresentados, esta quarta-feira, em reunião de câmara, prevêem um investimento próximo dos 250 mil euros nos dois imóveis.
Devoluta há vários anos, a ‘casa do horto’ será reabilitada, mantendo a volumetria e as suas características tradicionais, como a telha e a inscrição com a designação do edifício, explicou um dos membros da equipa projectista. A casa manterá a estrutura de T2, mas haverá um aumento da área habitacional conseguido através da reorganização interior do espaço. Terá ainda um telheiro coberto. O custo da intervenção está estimado em 143.553 euros.
No caso da escola das Figueiras, desactivada há vários anos, o projecto de reabilitação preconiza a criação de um T2, com uma área de construção de 102 metros quadrados. No exterior, será instalado um depósito para aproveitamento da água da chuva, encaminhada a partir do telhado, e uma zona de horta. A intervenção custará cerca de 103 mil euros.
Ana Valentim, vereadora da Acção Social, explicou que as duas casas funcionarão com arrendamento apoiado. "As famílias irão pagar uma renda de acordo com os seus rendimentos", disse.
“São projectos que urge replicar”, defendeu Álvaro Madureira, vereador independente eleito pelo PSD, defendendo o aproveitamento de património público, municipal e do Estado, para fins habitacionais.
Em resposta, o presidente da câmara, Gonçalo Lopes, alegou que, da parte da autarquia, os únicos edifícios que poderia ser afectos a essa utilização são antigas escolas, mas frisa que “a maioria” está ocupada com associações. Situação diferente, é o património do Estado, salientou, apontando alguns exemplos do edifícios devolutos, como antigas casas dos magistrados, na avenida Marquês de Pombal, edifícios florestais e o bairro da ex-prisão escola.
Em relação às habitações do Ministério da Justiça junto ao estabelecimento prisional, Álvaro Madureira pediu que o presidente do município interceda junto da tutela para a sua reabilitação.
O Bairro Prisional do Estabelecimento de Leiria (Jovens) conta com 58 casas (29 de tipologia T3, oito T4, 16 casas T5 e cinco T6). Segundo informação recente do Ministério da Justiça, remetida ao JORNAL DE LEIRIA, a maioria dessas habitações encontra-se “em muito mau estado de conservação (71% em estado ‘mau’ , 26% em estado ‘razoável’ e 3% em estado ‘bom’)”.
A tutela informou ainda que já foram realizadas reuniões com outras áreas governativas e entidades, “no sentido de estabelecer uma estratégia conjunta e global, que permita a reabilitação dos bairros prisionais e possibilite o uso destes imóveis, incluindo as casas de função afectas ao Estabelecimento Prisional de Leiria”.