Economia
Maçã de Alcobaça com quebras de produção de cerca de 30%
É de esperar um "pequeno aumento" dos preços
Desde o início da semana que a azáfama é grande nos pomares da região. Com cerca de três semanas de atraso, começou a colheita de Maçã de Alcobaça, que este ano deverá registar quebras de produção na ordem dos 30% na variedade Gala e noutras variedades vermelhas, aponta Jorge Soares, presidente da Associação de Produtores da Maçã de Alcobaça (APMA). “É uma quebra muito grande, como nunca se registou desde que a APMA existe”, reconhece.
O dirigente estima que nesta campanha se atinjam as 40 mil toneladas de maçã passível de certificação, contra as 50 mil toneladas inicialmente previstas. “Isto porque já há pomares novos a produzir. Caso contrário a quebra seria ainda maior”, refere.
Nas outras variedades a quebra esperada é na ordem dos 20%. Sobre a qualidade, o presidente da APMA é mais optimista: “a maçã terá uma grande quantidade de açúcares e consistência, devido ao Inverno extremamente quente“.
Foram precisamente as condições climatéricas dos últimos meses, caracterizadas por temperaturas amenas e períodos prolongados de chuva, que provocaram dificuldades na floração e nos vingamentos da fruta, que levaram ao atraso do início da campanha, algo que não acontecia há cerca de dez anos.
Resultado da quebra de produção, “vai haver menos maçã para exportar”, diz Jorge Santos. “Vamos tentar que os consumidores portugueses não sintam a quebra de produção, disponibilizando para o mercado nacional as mesmas quantidades do que em anos anteriores”, afirma Jorge Santos.
E os preços? O dirigente admite que é de esperar um “pequeno aumento”, até porque na Europa também se verificam quebras de produção. “Esperamos que os nossos clientes [distribuição] possam acomodar um pouco desse aumento nas suas margens para que o aumento de preço para o consumidor não seja significativo”.
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