Abertura

Magalhães deixou saudades em alunos e professores

6 set 2021 17:49

Em 2008, o projecto Magalhães tentava impulsionar o progresso na área digital, mas acabou por não vingar. A pandemia veio demonstrar a importância das tecnologias nos dias de hoje

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O uso das novas tecnologias dentro da sala de aula e nos trabalhos diários dos alunos são cada vez mais uma realidade
Ricardo Graça

Foi no Governo de José Sócrates, em 2008, que o Magalhães fez a alegria de miúdos e professores. De tons azul e branco, um portátil, pequeno, leve e à prova de choque e líquidos foi distribuído a todos os alunos do 1.º ciclo. Foram cerca de 500 mil computadores, fabricados em Portugal, que entraram nas salas de aulas. Gratuito para os estudantes com o escalão A da acção social, custava 50 euros para os alunos sem apoio.

Treze anos depois, professores e alunos que trabalharam com o famoso computador recordam com saudade esses tempos e defendem que um projecto idêntico deveria voltar a ser adoptado pelo Ministério da Educação, sobretudo, numa sociedade cada vez mais tecnológica.

Noémia Narciso, docente do 1.º ciclo, recorda o projecto, que acredita não ter vingado, porque “nunca foi encarado como uma ferramenta escolar”. Além das questões financeiras que poderão ter levado o Governo de Pedro Passos Coelho a terminar com o projecto, os computadores também “começaram a dar alguns problemas e não havia capacidade de resposta para a sua reparação”.

A docente reforça que o Magalhães teve “muito boa aceitação” pelos alunos e pelos professores, mas “as famílias nunca viram o Magalhães como um material escolar”. Alguns pais assumiram a postura de que ‘eu comprei, logo ninguém me tem de impor regras’, revela. “Na minha escola, o computador ficava na sala de aula. Só ia para casa aos fins-de-semana. Era uma ferramenta escolar e usada pela minha turma. Os miúdos produziam muito material, que depois projectavam para a turma. Faziam pesquisas, escreviam textos, aprenderam a colocar imagens e a criar pastas, onde podiam depois arquivar os trabal

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