Viver
MAPAS: já está na estrada a cultura que vai porta a porta
Concertos, espectáculos para a infância, intervenções no espaço público, cartas, conversas, fotografias e vídeos
Quinta do Alçada, Urbanização de Santa Clara, Bairro de Sá Carneiro, Jardim Luís de Camões, Parque do Avião e Jardim da Memória (Maceira) são alguns dos lugares que a carrinha do MAPAS vai percorrer nos primeiros dias do programa, até domingo.
Com a caixa de mercadorias a servir de palco sobre rodas, o MAPAS leva a cultura porta a porta, bairro a bairro, para ligar a cidade e respectivas comunidades.
É o primeiro episódio de um novo formato que os organizadores – liderados pelos directores artísticos Gui Garrido e António Pedro Lopes, ambos associados ao festival A Porta – querem levar a outras regiões do País.
Fora do ecrã e também online (no site m-a-p-a-s.com e no site do JORNAL DE LEIRIA, media partner), até 12 de Julho as propostas viajam pela música e espectáculos para a infância, intervenções no espaço público, cartas, conversas, fotografias e vídeos.
Ontem, pela manhã, foi publicada a primeira carta do projecto Cartas para Leiria e para o Futuro, em que 12 pessoas da cidade enviam uma carta dirigida a uma outra pessoa que vive num bairro diferente, explorando Leiria como referência, tendo em conta expectativas de um amanhã melhor, numa corrente de troca epistolar para acompanhar diariamente.
Também ontem, nos sites do MAPAS e do JORNAL DE LEIRIA, foi libertado o primeiro vídeo de quatro vídeos realizados pela Casota Collective que apresentam pessoas da cidade e a forma como interagem e vivem os seus bairros. Os próximos têm divulgação prevista para os dias 5, 8 e 12 de Julho.
O programa completo do MAPAS, com horários e zonas, divulgado na terça-feira, pode ser consultado em m-a-p-a-s.com.
Ao todo, são contemplados 30 espaços da cidade. As apresentações, explica a organização, baseiam-se na colaboração entre artistas e na emergência de novas e singulares formas de expressão das artes que estão relacionadas com a experimentação e relação com Leiria, no momento (histórico) em que o mundo se encontra perante uma pandemia.
Rostografia – retratos de um fotógrafo-mistério que toma rostos como nomes visuais – é outro projecto que vai viver nas plataformas digitais do MAPAS: Facebook, Instagram e site.
Hoje, 2 de Julho, Hugo Bastos (SAMP – Sociedade Artística e Musical dos Pousos) e Carolina Cravo (associação para o desenvolvimento comunitário InPulsar) conversam na Quinta do Alçada, pelas 18:30 horas, sobre temas de educação, inclusão, comunidades e transformação pela arte e pela cultura.
A outra conversa do programa acontece a 9 de Julho no Jardim de Santo Agostinho e reúne Antónia Barreto (investigadora) e David Ramy (músico).
Também esta quinta-feira, mas pelas 21:30 horas, há intervenções do artista ±MAISMENOS± em Leiria.
O espaço público é ainda do colectivo Til, grupo de arquitectos e artistas, que amanhã, sexta-feira, 3 de Julho, age em oito diferentes pontos da cidade, já identificados com horários (das 17:00 até depois das 20:30 horas) no site do MAPAS.
Na música, destaque para a colaboração entre Débora Umbelino (Surma, cantora e compositora de Leiria que tem vindo a afirmar-se a nível nacional nos últimos anos e também já pisou dezenas de palcos no estrangeiro) e o saxofonista Cabrita, que lançou recentemente o primeiro álbum de originais, depois de uma carreira com Sitiados, Despe e Siga, Sérgio Godinho, Dead Combo, The Legendary Tigerman, Cacique '97 e Cais Sodré Funk Connection.
Outra colaboração em concerto junta o duo lisboeta Fado Bicha, que se tornou conhecido por reinventar o fado à medida da identidade queer, com a cantora e compositora brasileira Larissa Baq (Labaq), actualmente a viver em Leiria.
Ao JORNAL DE LEIRIA, há duas semanas, o director artístico do MAPAS, Gui Garrido, explicou que a carrinha que é “um centro cultural móvel” vai procurar caminho, conhecer, escutar e explorar possibilidades, numa iniciativa que – “respeitando as normas de distância física” e “saudável” em tempos de Covid-19 – também pretende fomentar a participação, combater desigualdades, derrubar fronteiras e levar a cultura aos sítios mais improváveis.