Sociedade

Maravilhas de cá!

30 jul 2016 00:00

Praias fluviais, trilhos selvagens, património, gastronomia, areias douradas e até descidas no rio Lis. O JORNAL DE LEIRIA foi em busca de locais e coisas diferentes para fazer nestas férias grandes. Descubra estes paraísos longe das multidões

PNSAC - Fotografia Ricardo Graça
PNSAC - Fotografia Ricardo Graça
PNSAC - Fotografia Ricardo Graça
PNSAC - Fotografia Ricardo Graça
Curvachia - Fotografia: Marcelo Brites
Curvachia - Fotografia: Marcelo Brites
Curvachia - Fotografia: Marcelo Brites
Rio Lis - Fotografia: Mariana Duro
Rio Lis - Fotografia: Mariana Duro
Rio Lis - Fotografia: Mariana Duro
Fotografia: DR
Fotografia: DR
Fotografia: DR
PNSAC - Fotografia Ricardo Graça
PNSAC - Fotografia Ricardo Graça
PNSAC - Fotografia Ricardo Graça
Pombal - Fotografia Ricardo Graça
Pombal - Fotografia Ricardo Graça
Pombal - Fotografia Ricardo Graça
Redinha - Fotografia Ricardo Graça
Redinha - Fotografia Ricardo Graça
Redinha - Fotografia Ricardo Graça
Alvorge - Fotografia Ricardo Graça
Alvorge - Fotografia Ricardo Graça
Alvorge - Fotografia Ricardo Graça
Santiago da Guarda  - Fotografia Ricardo Graça
Santiago da Guarda - Fotografia Ricardo Graça
Santiago da Guarda - Fotografia Ricardo Graça
Campelo - Fotografia Ricardo Graça
Campelo - Fotografia Ricardo Graça
Campelo - Fotografia Ricardo Graça
Mega/Pedrogão Grande - Fotografia Ricardo Graça
Mega/Pedrogão Grande - Fotografia Ricardo Graça
Mega/Pedrogão Grande - Fotografia Ricardo Graça
Vale/Pombal - Fotografia Ricardo Graça
Vale/Pombal - Fotografia Ricardo Graça
Vale/Pombal - Fotografia Ricardo Graça
Praia do Barril do Rei/Óbidos - Fotografia Ricardo Graça
Praia do Barril do Rei/Óbidos - Fotografia Ricardo Graça
Praia do Barril do Rei/Óbidos - Fotografia Ricardo Graça
Costa Oeste - Fotografia Ricardo Graça
Costa Oeste - Fotografia Ricardo Graça
Costa Oeste - Fotografia Ricardo Graça
Arelho/Bom Sucesso - Fotografia Ricardo Graça
Arelho/Bom Sucesso - Fotografia Ricardo Graça
Arelho/Bom Sucesso - Fotografia Ricardo Graça
Jacinto Silva Duro

Veja a fotogaleria

Neste momento do ano, há quem saia do País em busca de outras latitudes para retemperar as forças. Aproveitam para ir enchendo o Facebook e restantes redes sociais com fotografias de locais paradisíacos, gentes e gastronomias exóticas, praias de areias brancas, águas azuis e peles bronzeadas… cenários capazes de fazer cair no pecado da inveja até o menos terreno dos ascetas.

Porém, não é preciso ir para longe para descobrir paisagens de sonho e recantos intocados. Sem sair do distrito de Leiria, o JORNAL DE LEIRIA foi em busca de tais locais e fez uma lista de sítios que muito poucos conhecem mas que, garantimos, convidam não só a refrescantes banhos, mas também a visitas demoradas para provar a gastronomia, conhecer a história e os costumes locais e usufruir das paisagens.

Este não será um relato extenso de todas as maravilhas que existem no “nosso” território, mas apenas algumas sugestões de paraísos longe das multidões e de paisagens belas e tranquilas junto à água, que incluem lagoas apetecíveis, trilhos selvagens, praias fluviais e atlânticas, aldeias renovadas e vilas sem a mácula do turismo de massas.

Desta vez, não falaremos da areia dourada de São Pedro de Moel (Marinha Grande), nem da sua arquitectura própria de revista da especialidade, não falaremos igualmente das belíssimas arribas de Vale Furado (Alcobaça) ou da água turquesa da baía de São Martinho do Porto (Alcobaça).

Do Arunca ao Alvorge
Fizemo-nos à estrada com o objectivo de sair de Leiria em direcção a norte. A primeira paragem foram as margens do Arunca e o agradável parque verde que se estende ao longo do rio, para montante, mesmo à entrada da cidade de Pombal.

Saímos do IC2/N1 e tomámos a estrada para Albergaria-dos-Doze, com cuidados redobrados devido aos inúmeros peregrinos que rumam a Fátima, ziguezagueando na berma desta via rodoviária, ignorando os percursos alternativos de recolhimento e peregrinação.

Ao fim de pouco mais de um milhar de metros percorridos, estacionámos junto ao antigo açude do Arunca, onde gerações de mulheres – avós, bisavós e tetravós dos actuais pombalenses - lavaram roupas, de pés na água fresca.

O dia quente convida a chapinhar na água e a um mergulho. Infelizmente, não há aqui algo que se assemelhe a uma piscina fluvial e cremos mesmo que, dada a utilização intensiva das águas na agricultura, o mais certo é a qualidade da água não ser propícia a banhos, devido aos pesticidas e fertilizantes.

Não obstante, o suave murmurar aquático e as sombras frescas, onde é possível fazer um piquenique, são motivo mais do que suficiente para parar, fazer uma preguiçosa refeição e depois seguir a pé à beirario até Pombal e visitar o Museu do Marquês, a Igreja do Cardal ou a antiga cadeia concelhia.

Caso a refeição tenha sido pesada, prescreve-se uma subida ao castelo templário e uma profilaxia à base de uma fresca água com gás, antes de prosseguir caminho. De regresso à estrada, seguimos para norte pelo IC2.

No limite do concelho, surge a bela vila da Redinha. Passando o casario centenário, as casas brasonadas e as pitorescas igrejas – são várias e todas valem uma visita demorada -, chegamos à velha ponte de três arcos em pedra, que foi cenário de uma batalha entre forças napoleónicas e portuguesas.

Todos os anos, aliás, ali é feita uma recriação com fardas e mosquetes a condizer. Mas o que ali nos levou foi a pequena praia fluvial junto à ribeira de Anços. De águas límpidas e rasas, pode ser uma boa proposta para um preguiçoso dia de calor passado à beira-rio.

À volta, os vários cafés da aldeia servem quase como apoios de praia, oferecendo não apenas as bebidas geladas, mas também uma amostra da gastronomia tradicional da zona.

Nada como provar o queijo curado ou uma tábua de enchidos, servidos com o pão da terra. Depois da visita à praia à beira-Anços, a estrada esperava por nós e outras paisagens chamavam-nos pelo nome. Continuámos a rolar para Norte, já com a linha do distrito atrás de nós e dentro do território de Coimbra, e eis que surgiu o cruzamento para Pombalinho e Degracias.

Fernando Namora morou aqui
Tomámos a N348 e começámos a subir a serra. Pombalinho e Degracias ficaram rapidamente para trás e chegámos a Alvorge. A aldeia, nas alturas, domina a região. As casas de primeiro andar, em alvenaria, revelam-se de fachadas ricamente decoradas, agrupando-se em ruas estreitas e pequenos largos.

O centro da aldeia concentra o comércio, os serviços e a escola tipicamente do Estado Novo, com o seu alto mastro de bandeira onde, outrora, flutuava o pavilhão com as cores nacionais e esfera armilar. Num dos cantos da praça central, encontramos o Centro Cultural Recreativo do Alvorge.

Lá dentro, pela manhã, cruzámo-nos com peregrinos a caminho de Santiago de Compostela, na sua maioria, alemães, holandeses, franceses ou espanhóis. O Caminho Português de Santiago tem nesta aldeia um dos seus albergues de peregrinos e os visitantes são bem acolhidos pela população.

Tanto que estes viajantes recompensam o Centro Cultural com postais enviados das suas terras natais e da capital galega, dando conta do seu sucesso. Junto à igreja, encontrámos o ponto mais alto da aldeia. Do alto, vê-se o vale que vai desaguar a Ansião e, ao longe, o casario de Penela e a sua villa romana.

Mesmo ao lado, por entre o verde luxuriante dos carvalhos, vislumbramos os telhados de Vale Florido. Deixando o carro na aldeia, e seguindo um percurso pedestre, cruzámos alguns dos derradeiros carvalhais em território português. Espécies como o carvalho cerquinho, azinheira e sobreiro, outrora garante da vida e da água em Portugal, foram substituídas por árvores mais austrais, menos amigas do ambiente, mas mais lucrativas.

O trilho leva-nos até Vale Florido, onde passamos junto à casa da infância de Fernando Namora. Sim, o conhecido médico e escritor português, membro da Geração de 40 e autor de Retalhos da Vida de um Médico, embora tenha nascido em Condeixa, passou toda a infância e juventude na aldeia.

Os pais, António Mendes Namora e Albertina Gonçalves Namora, eram naturais e viviam no lugar de Vale Florido, na freguesia de Alvorge.

Como prova dessa passagem prolongada ficaram as paisagens e algumas pessoas que conheceu naquela zona serrana e que o marcaram como escritor, tanto que há quem diga que as personagens e cenários do livro são decalcados das gentes dessa sua juventude, “no Vale Florido”.

Contornado o monte onde Alvorge repousa, na direcção da sede de concelho, vemos uma torre de castelo a aparecer no horizonte. A casa senhorial dos condes de Castelo Melhor é muito mais do que a antiga residência do nobre a quem foi entregue o destino destas terras e gentes.

Na Idade Média, foi um albergue do Caminho de Santiago, acolhendo os peregrinos que, vindos do sul do País, rumavam a Espanha. Na umbreira de uma porta, ainda se vê uma antiga vieira em alto relevo.

Mas, antes disso, no tempo em que a maior cidade da região dava pelo nome de Conimbriga e Aeminium – Coimbra – era apenas uma fortificação na margem do Mondego, existia ali uma rica villa romana, com magníficos mosaicos, ricos em detalhes e executados com grande mestria.

Franqueados os portões do paço senhorial, é, hoje, possível admirar esses mosaicos, com quase dois mil anos, protegidos por coberturas de vidro espesso.

A norte, tudo de novo!
A viagem levou-nos ao IC8 e ao Pinhal Interior Norte e seus extensos eucaliptais, em busca de outras maravilhas naturais e patrimoniais. Subindo em direcção ao rio Zêzere, passámos a saída para Figueiró dos Vinhos e para as praias fluviais de Fragas de São Simão e Ana de Avis.

Procurávamos a aldeia de Campelo; perdida entre serra e vales do concelho de Figueiró. Saímos do IC8 e apanhamos a N236-1. No cruzamento, à direita, estava a vila de Figueiró dos Vinhos e o casulo onde o pintor José Malhoa se refugiou para pintar, rodeado de paz e paisagens naturais.

Essa será uma visita para outro dia e outra aventura. Para a esquerda, ficava o nosso destino: Campelo e a sua praia fluvial. Quase na periferia da vila que produz os originais e únicos barretes de verde-rubros de lã usados pelos forcados e campinos, uma rotunda indicou-nos o caminho a seguir.

Ao fim de cerca de quatro quilómetros, achámos a placa laranja que indicava a aldeia. No fundo de um pequeno vale, a localidade aparece empoleirada, numa das encostas que bordejam a ribeira.

No centro do lugar, uma ponte pedonal liga o casario a um parque de merendas que já viu melhores dias. As águas da ribeira são límpidas e frias. Um açude cria um pequeno espelho de água, excelente para banhos e de meigas águas. Na margem, há um parque desportivo e um parque infantil, onde não falta a areia da praia.

Do lado esquerdo, junto ao largo da aldeia, encontramos um dos raros viveiros de peixes autóctones de Portugal, que merece uma visita demorada. O espaço conta ainda com um café e zona de refeições.

De regresso a Castanheira de Pera, passámos pela famosa e concorrida praia de ondas artificiais, com os seus veleiros, que servem como alojamento de férias – recomendamos uma noite ou um fim-de- semana neste alojamento inusitado e ancorado no meio da serra.

Os solares da florida vila evocam tempos mais prósperos ligados aos lanifícios. Por entre o aroma mentolado dos omnipresente eucaliptos, por vezes, sentimos os perfumes dos frondosos jacanrandás, das buganvílias, das hortênsias e de outras flores de aroma doce e forte, plantadas em frente aos portões de ferro forjado.

Impunha-se uma vista mais demorada, mas o tempo escasseava e a placa com a indicação de Pedrógão Grande impelia-nos para a vila nas margens do Zêzere. A N236 zigezagueia por entre manchas de antigos pinhais, jovens eucaliptais e aldeias com nomes como Derreada Cimeira e Derreada Fundeira, até que entronca na N2, “a mais longa estrada de Portugal”.

Muitos amantes da cultura pop e da estrada sem fim gostam de a comparar, ressalvadas as distâncias e diferenças de dimensão, à Route 66 norte-americana, uma vez que se consegue viajar de norte a sul de Portugal, sem nunca dela sair.

À chegada à Venda da Gaita, tomámos o caminho para a Pampilhosa da Serra e deixámos a “recta da Picha” para trás. Cerca de seis minutos depois e percorrida meia-dúzia de quilómetros, encontrãmos, mesmo antes de um grande viaduto e do limite do distrito de Leiria a placa que indica a pequena praia fluvial de Mega Fundeira.

Águas calmas e meigas
Na parede da antiga azenha à beirario, transformada em Centro Rural, a Associação de Melhoramentos Cultura e Recreio do Lugar de Mega Fundeira colocou uma placa, datada de 8 de Junho de 2013.

Nela, à sombra de latadas de uvas morangueiras, pode ler-se um poema em honra à localidade: “ó verde e cheirosa Mega Fundeira; rústica e bela aldeia montesa; és ócio, cama, mesa e eira; tocada por um ribeiro de rara beleza”.

As árvores ribeirinhas refrescam o vale. A pequena praia fluvial de águas cristalinas e suaves, aninhada junto ao casario da pequena aldeia do concelho de Pedrógão Grande, é um segredo bem guardado e de acesso escondido debaixo dos olhos das massas. Um relvado bem cuidado serve de zona de banhos de sol e o acesso à água faz-se por degraus que descem até ao leito do rio.

Para passar uma tarde ou um dia no local, o melhor será ir em modo de piquenique e aviar-se em terra. Porque cafés, restaurantes e minimercados é coisa que ali não existe. Em contrapartida, é certo que não irá encontrar vizinhos ou colegas de trabalho. Paz garantida.

Já agora, pode parecer um contrassenso num local rodeado de mimosas e outra vegetação, mas na zona da praia não há sombras. Algumas árvores jovens foram plantadas junto às mesas de piquenique, mas as suas copas ainda não são da altura de um adulto, pelo que é preciso levar guarda-sol.

Há instalações sanitárias e um grelhador junto ao relvado. Caso lhe apeteça passear, na aldeia há uma pequena igreja antiga em honra de Nossa Senhora da Estrela que merece uma visita.

Se sentir que está apto para algo mais longo, sugerimos o trilho de Mega Fundeira, uma rota circular que tem início junto à praia fluvial e que leva o visitante a testemunhar como era feito o trabalho hidráulico que permitia moer o grão, à força de águas canalizadas em levadas conduzidas para moinhos de rodízios.

O grande carvalhal da Curvachia
De regresso ao carro, seguimos para sul, em direcção à capital do distrito. Queriamos fazer canoagem no rio Lis… A sério! Queremos mesmo, mas antes, vamos visitar e conhecer o carvalhal da Curvachia.

Situado entre as freguesias de Pousos e Arrabal, esta mancha florestal conserva praticamente todas as espécies autóctones da nacionais. Quem quiser saber como era a floresta nacional no início do século XX, tem de conhecer esta mata. Tenha atenção! Embora de grande importância cinegética, esta zona é, na sua maioria, propriedade de privados e, por isso, contenha-se ainda mais, caso lhe passe pela cabeça a ideia de levar espécimes vegetais para casa.

Saímos da N1/IC2 e aventurámo-- nos pela N113, em direcção a Fátima. Passados dois quilómetros, inflectimos em direcção aos pinheiros mansos à direita e seguimos por estradas agrícolas até acabar a estrada. A pé, descemos o primeiro vale e encontrámos a cascata da Curvachia.

Criada artificialmente, é imponente no Inverno, mas, com o tempo quente, resume- se a pouco mais do que um rego de água. Deixámos o ribeiro para trás e entrámos no território da mata. O verde escuro das folhas dos carvalhos cerquinhos forma túneis, de luz filtrada, onde é fácil perdernos. Caminhámos encosta acima e passámos grandes carvalhos que, dificilmente, quatro pessoas conseguem abraçar.

Alguns destes gigantes centenários foram, recentemente, derrubados ilegalmente para “se fazerem portas, sem que os donos dos terrenos saibam”, dizem- nos. Mais à frente, escolhemos o caminho da esquerda e rumámos à ribeira das Chitas. De aspecto semelhante ao vale do Lapedo, com abrigos e formações calcárias, este local está a captar a atenção dos arqueólogos, devido ao seu potencial para a escrita do livro da história da espécie humana.

O Abrigo do Poço é um dos locais que colhem mais preferências entre os estudiosos. A Curvachia e o Vale das Chitas merecem por si só um dia inteiro de passeio, de preferência com calçado confortável, binóculos e máquina fotográfica em punho, e cesto de piquenique. É um paraíso para as aves e para muitos anfíbios.

Descidas organizadas
Quer aventurar-se e descer o Lis?

Lembra-se quando dissemos que gostaríamos de descer o rio Lis em canoa? Parece-lhe uma aventura impossível e, acima de tudo, mal-cheirosa? Olhe que não. O que muita gente não sabe é que, mesmo com as constantes descargas ilegais a partir das suiniculturas e com a poluição provocada pelos pesticidas e fertilizantes usados na agricultura do Vale do Lis, o curso de água conta com algumas espécies bastante resilientes.

Na sua maioria, os pássaros e algumas espécies de peixes formam o maior grupo de resistentes contra a poluição. Mas há também lontras, tartarugas e ginetes à beira-rio. Mas voltemos para dentro do rio. A água do Lis não está sempre suja e é possível descer de canoa entre Leiria e a foz, na Praia da Vieira, já no concelho da Marinha Grande.

Os escuteiros do agrupamento da Sé de Leiria começaram a fazer esta actividade uma vez por ano, de modo a chamar a atenção para a necessidade de proteger o curso de água e acabar com a poluição mas, rapidamente, perceberam que, fora do escutismo, outras pessoas queriam aventurar-se pelo Lis abaixo.

A descida demora, sensivelmente, um dia inteiro e os escuteiros, por pouco mais de dez euros por pessoa – o preço depende do número de participantes – fornecem apoio, almoço e lanche e tratam de toda a burocracia.

Se está preocupado com a poluição, não esteja. Sempre que uma actividade deste tipo é comunicada às autoridades e outras entidades, miraculosamente, não se verificam descargas e o Lis corre praticamente limpo.

A melhor temporada para esta aventura é o final de Abril e início de Maio ou, depois do Verão, em Setembro-Outubro, quando o caudal começa a aumentar. O número máximo de participantes é de 20 pessoas e as descidas podem ser solicitadas através do seguinte email: caminheiros@agr127.cneescutismo.pt.


Serra acima
Impõe-se uma visita à Praia… Jurássica

Não, não verá Tiranossaurus Rex e Velociraptors a banhar-se e a tomar banhos de sol nesta Praia Jurássica. Nem sequer verá água.

A “praia” esteve aqui há 170-166 milhões de anos (Jurássico Médio), antes de uma planura litoral de lamas calcárias ter endurecido e, devido às forças tectónicas, ter-se enrugado e formado as serras do PNSAC. Não há grandes dinossauros, mas, na Pedreira da Ladeira, há ouriços e estrelas do mar… ou os fósseis deles.

Há mais coisas ainda para ver em São Bento e nas redondezas. Comecemos pela Lage da Ligeira. Muito conhecida dos habitantes locais, é fácil encontrá-la, bastando perguntar onde fica.

Neste afloramento rochoso, faziam-se bailaricos ao toque das concertinas. Actualmente, está quase toda coberta de carrasco, mas mantém uma vista privilegiada sobre a lezíria ribatejana que se estende para lá do PNSAC.

Aconselha-se uma visita ao pôr-do-sol para ver o astro esconder-se ao longe. Para quem conhece e tem alguma experiência em espeleologia, recomendamos uma ida ao Algar do Ladoeiro, o maior da freguesia.

É uma cavidade enorme formada pelo abatimento de uma antiga gruta que apresenta um diâmetro considerável. Seguindo para sul, a paragem seguinte é a Lapa da Ovelha. Situada na encosta de Minde, uma gruta visitável que tem a particularidade de ter socalcos construídos para os animais ali descansarem.

Aconselhamos o uso de uma lanterna para a explorar. A vista sobre o Polje de Mira/Minde é imperdível.

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