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Marinha Grande aposta na melhor programação cultural de sempre para deixar raízes

26 set 2024 19:24

Para o último quadrimestre de 2024, o município programou cerca de quatro dezenas de actividades nas áreas da música, dança, teatro, novo circo, performance, artes visuais, famílias, oficinas, residência artística e reflexão

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Paulo de Carvalho vai cantar no Teatro Stephens no final de Outubro
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Redacção/Agência Lusa

O município da Marinha Grande apresentou hoje aquela que é anunciada como a melhor programação cultural de sempre no concelho, uma aposta para “lançar sementes e deixar raízes”, segundo o presidente da câmara.

Aproveitando o lançamento da agenda para o último quadrimestre de 2024, a autarquia apresentou o plano apoiado pela Direcção-Geral das Artes (DGArtes) na segunda edição do concurso à programação dos espaços integrados na Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses, em que a Marinha Grande foi a primeira classificada. 

O apoio, a quatro anos, representa uma transferência do Estado de 400 mil euros e implica, pelo menos, igual contributo autárquico. Mas os responsáveis autárquicos da Marinha Grande garantiram hoje que será superior. 

Um investimento que vai permitir, “sem dúvida”, ter a melhor programação de sempre, realçou a vereadora da Cultura, Ana Alves Monteiro.

O projecto arrancou há nove meses e “envolve a comunidade de forma muito profunda”, num processo que ouviu “anseios de vários públicos”: “É uma candidatura que, pela primeira vez, é feita com pensamento estratégico de quatro anos. Não estamos ansiosos com os resultados. Queremos resultados a médio, longo prazo” disse a autarca, antecipando efeitos “nas crianças e jovens de hoje daqui a dez, 15 anos”.

O presidente da Câmara, Aurélio Ferreira, assumiu o desejo de “chegar a todos os públicos”, incluindo os muitos imigrantes que trabalham na Marinha Grande e que justificam atenção para “promover a multiculturalidade”.

O concelho recebe “todos os dias gente vinda dos quatro cantos do mundo”. “Mais de 20% dos alunos das nossas escolas são estrangeiros. Temos de os integrar e partilhar aquilo que é a cultura da nossa terra e a cultura que queremos na Marinha Grande”, disse Aurélio Ferreira.

Entre a programação, ressaltam projetos como “Casulo”, que leva artistas às escolas e abre as portas do Teatro Stephens aos alunos e outros espaços culturais; “A Fábrica”, que promove a criação e cocriação contemporânea colocando artistas em unidades fabris desactivadas; o ciclo “Margem”, que projecta talentos emergentes; ou ainda a projecção de cinema no Teatro Stephens, que foi interrompida há vários anos.

Uma das preocupações é a fixação do saber-fazer no concelho e o envolvimento com as escolas. Para isso, no âmbito de "Casulo", foi criado “Artista no território”, complementando apresentações de criadores com conversas, oficinas e outras actividades em fábricas e estabelecimentos de ensino.

Os primeiros participantes são o artista digital André Sier, o escultor Pedro Tudela, o dramaturgo e o programador Jorge Louraço Figueira, a coreógrafa Filipa Francisco e a artista visual Carla Cabanas.

Em estudo, avançou o director do Teatro Stephens, Carlos Veríssimo, está a criação de uma sala de relaxamento, para que famílias com filhos com necessidades especiais possam frequentar a sala de espectáculos.

Para o último quadrimestre de 2024, o município programou cerca de quatro dezenas de actividades nas áreas da música, dança, teatro, novo circo, performance, artes visuais, famílias, oficinas, residência artística e reflexão.

São sementes lançadas para, no final do ciclo de quatro anos, “deixar raízes para o futuro”, sublinhou o presidente da autarquia.

“É uma candidatura [à DGArtes] extraordinária”, com o objectivo de “deixar trilhos e caminhos e contribuir para a autonomização das instituições do concelho e estas poderem crescer sozinhas, sem serem só dependentes da câmara”, disse Aurélio Ferreira. 

Para a vereadora Ana Alves Monteiro, era importante que, “depois de dezembro de 2027, não se conseguisse voltar atrás”: “Que caso qualquer decisor queira arrepiar caminho [na política cultural do concelho], a comunidade não permita. Isso significava que o objectivo fulcral deste investimento tinha tocado as pessoas e que elas já não conseguissem viver sem isso. Isso é que é o poder transformador da cultura”, concluiu a vereadora.