Economia

Mediadores antecipam tragédia: "não podemos trabalhar nem temos apoios”

6 fev 2021 14:15

Pedem ao Presidente da República e ao Governo criação de regime de excepção que lhes permita trabalhar, ou apoios para assegurar a sobrevivência das empresas

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Em 2019, mediadores intermediaram negócios de 19 mil milhões de euros
Ricardo Graça/Arquivo
Raquel de Sousa Silva

A Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) declara que o impedimento à manutenção da actividade, devido ao novo confinamento, “é uma tragédia”. Por isso, enviou ao Presidente da República e ao Governo uma carta aberta com mais de três mil signatários onde afirma que a paragem da actividade “é um convite à mediação ilegal e à fragilidade dos cidadãos, uma vez que a casa está intimamente ligada ao curso de vida das pessoas e famílias”.

“Com o anúncio de um novo confinamento, não pudemos deixar de ficar surpreendidos com o impedimento à manutenção da actividade de mediação imobiliária, sobretudo se considerarmos que são permitidos todos os demais passos enquadrados na cadeia: os peritos avaliadores continuam a fazer avaliações, o sector financeiro continua a fazer crédito à habitação, os notários continuam a fazer escrituras, os proprietários podem a título particular vender casas, os construtores podem continuar a laborar e até a vender”.

Esta segunda-feira, em nota enviada à comunicação social, a associação reforça a necessidade de enquadrar a actividade de mediação num “regime de excepção que permita aos mediadores imobiliários agendarem visitas presenciais a imóveis, cumprindo todos os protocolos de higiene e segurança implementados pela Direção-Geral da Saúde”.

“De que forma é suposto que estas empresas e seus funcionários consigam ultrapassar as dificuldades impostas pelo confinamento, se não podem trabalhar nem estão enquadradas nos apoios?”, questiona Luís Lima, presidente da APEMIP.

“O sector não está a pedir esmolas ao Governo, mas sim que nos deixe trabalhar cumprindo todas as regras e garantindo a segurança dos agentes e dos seus clientes”, frisa o dirigente. Neste momento, considerando que a venda e arrendamento de imóveis com recurso exclusivo a visitas virtuais é absolutamente residual, o sector está não só impedido de desenvolver a sua actividade, como o seu CAE não está integrado em medidas como os programas APOIAR”, declara o representante das imobiliárias.

“Não podemos trabalhar nem temos apoios”, lamenta Nuno Serrano, da Predial Leiriense, que defende que a mediação imobiliária devia ter ajudas, uma vez que foi obrigada a parar. Até concorda com a paragem, porque na sua opinião a pandemia só se controla se tudo estiver parado, mas sã

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