Sociedade
Município de Leiria reprova "veementemente" alegações de segregação pela construção do muro
Autarquia admite correcções ao muro
Gonçalo Lopes, presidente do Município de Leiria, condenou de “forma veemente, as alegações de segregação de que o Município tem sido alvo devido à construção de um muro numa fracção do Bairro Social da Integração”, durante a sessão de reunião de câmara.
O autarca admitiu ainda que o Município irá avaliar se existem, do ponto de vista técnico, condições para efetuar alterações no muro.
Segundo Gonçalo Lopes, as notícias avançadas por alguns órgãos de comunicação social “foram construídas sobre uma ‘enorme falsidade’, que está na origem de uma mistificação que mancha a imagem de Leiria e dos leirienses”, refere uma nota de imprensa.
Recorrendo a uma apresentação multimédia, o presidente da Câmara mostrou imagens aéreas do bairro que demonstram “cabalmente que não existem habitações nas imediações do muro, encontrando-se a mais próxima a 148 metros”.
A Câmara de Leiria informa que o muro tem uma extensão de 97,8 metros, o que corresponde a 30% do perímetro de 323 metros do bairro. “Antes da nossa intervenção o Bairro da Integração era um autêntico ‘bairro da lata’ que ninguém no País se preocupou em visitar para conhecer as condições desumanas em que as pessoas ali viviam”, disse Gonçalo Lopes, citado no comunicado, rejeitando que o muro estabeleça qualquer espécie de separação.
Para o presidente, “comparar este muro a outro tipo de muros, como o de Berlim ou que está em construção nos Estados Unidos ou com o Apartheid, é uma ofensa aos leirienses”.
Num documento enviado, a Câmara mostra a degradação das habitações antes da intervenção autárquica e a remodelação, que teve um investimento superior a meio milhão de euros, “para dignificar as condições de vida dos moradores”.
Gonçalo Lopes avisou também que vai promover “um amplo debate nacional sobre os bairros sociais e as políticas de gestão que os Municípios devem assumir, num contexto de promoção da inclusão social”.
O objectivo, explicou, é “conhecer a realidade do País e promover um debate aberto e sem radicalismos sobre este tema”.