Sociedade

Município e associações empresariais de Leiria exigem demissão do ministro da Defesa

24 abr 2018 00:00

"E porque esta região merece todo o respeito, demita-se sr. ministro da Defesa Nacional”.

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Município e associações empresariais de Leiria exigiram hoje a demissão do ministro da Defesa, que declarou ser “absolutamente prematuro” abrir outros processos sobre novas formas de partilha com a aviação civil, numa alusão à Base Aérea de Monte Real.

“Sermos confrontados com um governante que hoje diz uma coisa e amanhã diz outra não nos tranquiliza. E porque esta região merece todo o respeito, demita-se sr. ministro da Defesa Nacional”, lê-se no comunicado.

Na segunda-feira, o ministro da Defesa, Azeredo Lopes, considerou ser “absolutamente prematuro” abrir outros processos sobre novas formas de partilha com a aviação civil, considerando que o País tem actualmente o “grande projecto” do novo aeroporto internacional de Lisboa.

“Eu penso que nós, nesta altura, temos isso sim, esse grande projecto que nos vai ocupar durante bastante tempo, é um projecto nacional e eu acho que nesta altura é absolutamente prematuro estar a abrir novos processos sobre novas formas de partilha com a aviação civil”, afirmou Azeredo Lopes, ao ser questionado sobre a eventual abertura ao tráfego civil da Base Aérea n.º 5, em Monte Real, concelho de Leiria.

No comunicado hoje enviado à Lusa, “o Município de Leiria, bem como a Nerlei - Associação Empresarial da Região de Leiria e a Acilis - Associação Comercial dos concelhos de Leiria, Batalha e Porto de Mós” informam ter recebido “com grande estranheza as declarações do sr. ministro da Defesa Nacional”, que são “contrárias ao que anteriormente afirmou sobre a utilização civil da Base Aérea n.º 5”.

“Recordamos que no início de 2016 disse estar disponível para ‘colaborar em iniciativas com vista à utilização permanente’ da base militar de Monte Real por aeronaves civis”, adianta o comunicado, referindo que Azeredo Lopes “estranhamente vem dizer agora que é ‘absolutamente prematuro’ abrir outros processos sobre novas formas de partilha com a aviação civil”.

No documento, aquelas entidades frisam que “para Leiria o que nunca é prematuro é a defesa dos interesses da região”.

“Esta é uma causa unânime que junta autarcas, empresários e população e que, ao contrário do sr. ministro da Defesa Nacional, vêem muitas e objectivas razões para debater e concretizar este projecto”, sustentam a Câmara de Leiria, presidida por Raul Castro, eleito pelo PS, a Nerlei e a Acilis.

Para estas entidades, “é o futuro da região que está em causa”, sendo este “um debate que não pode ser adiado e do qual não” abdicam. “Estamos na posse de estudos que comprovam que a abertura da Base Aérea à aviação civil terá um impacto estrutural em toda a região”, acrescenta o comunicado, assinalando que “não é apenas no sector do Turismo, em especial o de cariz religioso, mas beneficiando toda a Economia, face à vocação exportadora” das empresas da região.