Sociedade
Museu dedicado à luta pela liberdade e pela democracia na Fortaleza de Peniche
Conselho de Ministros aprovou hoje um plano de recuperação da Fortaleza de Peniche para instalação de um museu nacional.
O Governo aprovou hoje, quinta-feira, um plano de recuperação da Fortaleza de Peniche para instalação de um museu nacional dedicado à luta pela liberdade e pela democracia. Esta intervenção visa “proteger e preservar a integridade de um monumento de importância única na história recente de Portugal, permitindo a valorização, interpretação e fruição pública dos seus espaços simbólicos”.
Em declarações à agência Lusa, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, explicou que se mobilizam "no imediato os fundos do Programa Centro 2020, do Portugal 2020", um "investimento global previsto que ascende a 3,5 milhões de euros".
Luís Castro Mendes, ministro da Cultura, admitiu que a "reacção social de elementos antifascistas" levou o Governo a alterar a sua decisão ao entender que "este lugar é primordialmente um lugar de memória".
António José Correia, presidente da câmara de Peniche, afirmou que “há males que vêm bem”, ao explicar que, quando assumiu a presidência da câmara, em 2005, o município tinha assinado um protocolo com a ENATUR (Empresa Nacional de Turismo) para uma pousada e que foi sempre defendendo a concessão parcial a privados para fins turísticos em compatibilização com a preservação da memória.
Domingos Abrantes, antigo preso político, reagiu com contentamento à decisão, ao condenar a concessão parcial da fortaleza para fins turísticos. "Ninguém viria passar férias e estar de biquíni a tomar banho na piscina que estava prevista e depois haver milhares de pessoas a visitar grades".
O Governo pretende "inaugurar o museu antes do final da legislatura, portanto em 2019".
A Fortaleza de Peniche foi uma das prisões do Estado Novo de onde se conseguiram evadir, entre outros, o histórico secretário-geral do PCP, Álvaro Cunhal, em 1960, protagonizando um dos episódios mais marcantes do combate ao regime ditatorial.
Lusa/Jornal de Leiria