Opinião
O equívoco cultural
É por isso que a estratégia a longo prazo de que fala Kowalski é ainda mais importante.
Leio a recente entrevista ao JORNAL DE LEIRIA de Andrzej Kowalski, candidato do BE à Câmara de Leiria, e vem-me de imediato à cabeça uma ainda fresca conversa com um ilustre conterrâneo acerca, precisamente, do que, à distância física, me parece ser o equívoco cultural leiriense.
Diz Kowalski: “Fazer uma residência artística é bom. Mas, e depois? Uma política cultural implica uma estratégia de longo prazo, que não se esgota num mandato nem em decisões camarárias. Temos de envolver toda a sociedade. Para isso, temos de criar 'escolas de espectadores', de criação de públicos. Mais uma vez, os jovens têm uma importância fulcral. A cultura é algo que vive da expressão, do debate”.
É. Só que as políticas autárquicas, em Leiria como em praticamente todo o País (há excepções, claro), são eternas reféns dos eventos avulsos, das festas anuais, dos ranchos folclóricos e das suas viagens às comunidades emigradas, das obras nas sedes, do fogo de artifício de Agosto, do 93.º aniversário do clube, das novas fardas da filarmónica… enfim, de uma cultura que não se pode menosprezar, mas que, como um eucaliptal autoritário, há décadas seca tudo à sua volta.
É por isso que a estratégia a longo prazo de que fala Kowalski é ainda mais importante.
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*Editor-in-chief VICE PORTUGAL