Viver
O Grande Plano | Jorge Bernardes
Instrumento da Felicidade
Já fotografo há bastante tempo, embora só seja a minha área profissional há cerca de cinco anos. É engraçado que ao rever o que penso sobre a fotografia e o que ela significa para mim, reparo que, já desde a adolescência, quando comecei a fotografar aviões e amigos, a usava como instrumento da felicidade.
Na altura fazia-o de uma forma mais subconsciente, mas hoje em dia é assim que penso nela e como gosto mais de a pôr em prática. Acho que a fotografia tem esse poder especial, de nos refrescar a memória das linhas do rosto de um amigo, de reavivar a intensidade do bater do coração da primeira vez que fizemos algo e até, por vezes, de nos lembrar os sentimentos que tínhamos em nós num determinado ponto no tempo!
Gosto de poder usar isso na minha fotografia, quer seja a capturar uma paisagem coberta de neve ausente de pessoas, a fazer um retrato de alguém que se quer ver como é ou de forma diferente, ou a fotografar um casal apaixonado a passear na praia. Eu próprio fico feliz a imaginar que daqui a algum tempo, seja uma semana ou 50 anos, essas fotos se irão transformar em sorrisos na cara de quem as vê e que essa felicidade se repetirá de cada vez que essas fotografias sejam revistas, num telemóvel, num ecrã de computador, num álbum ou até vindas de o fundo de um baú.