Viver

O Grande Plano | Teresa Neto

30 ago 2018 00:00

Será sempre uma boa ideia

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Uma palavra só. Paris. Foi a partir desta cidade que em casa me vi submersa numa panóplia de imagens dos grandes fotógrafos do século XX. Foi entre Doisneaus, Boubats, Bressons, Kérteszs, e tantos outros que apareciam na série Photo Icons da Taschen que entendi que fotografar era uma das coisas que mais me dava prazer.

Visitei Paris várias vezes, mas nenhuma teve o mesmo impacto, como a última vez que lá fui. Percorri a cidade de uma ponta à outra – de Oberkampf aos Champs Elysées, de Clignancourt a Saint-Germain-des-Prés, de Montmartre ao Quartier Latin. Perdi-me na capital e reencontrei-me nas paisagens e cenários urbanos que Paris me ia revelando.

Queria estar em todo lado e fotografar tudo. Dei por mim em sítios repletos de memória, sítios onde o cheiro a madeira envelhecida me transportou para outros tempos e outras vivências. Ainda hoje olho para esta fotografia, que tirei no Marché des Puces e me ponho a pensar a quem pertenciam aqueles móveis e que histórias ficaram por contar.

É esta a força que a fotografia tem para mim. Não só de congelar um momento que deixou de existir, mas deixar o espectador curioso sobre o que está para além daquela fotografia. Ou então, pela possibilidade que ela nos dá de (re)conectar com um dado momento e de sentir as mais variadas emoções.