Sociedade
O homem de negócios que se entrega à escrita e à introspecção
Arnaldo Matos continua a dar largas ao seu engenho e espírito empreendedor
Reconhecido pelo seu contributo para o desenvolvimento da indústria de moldes da Marinha Grande, Arnaldo Matos continua a dar largas ao seu engenho e espírito empreendedor, actualmente na empresa Topo, localizada em Casal de Areia, em Alcobaça.
Mas o passar dos anos vem despertando em si cada vez maior necessidade de introspecção e a escrita passou a ocupar um espaço cada vez mais relevante na vida deste empresário. Arnaldo Matos explica ao nosso jornal que utiliza o facebook como ferramenta do seu trabalho de reflexão e de escrita, como se de um sociólogo, um “espião da sociedade”, se tratasse.
De origens humildes, Arnaldo Matos nasceu há 81 anos no lugar da Ordem, na Marinha Grande, filho mais novo de um vidreiro, anarco-sindicalista, que regressou dos Açores, onde estivera detido às mãos da PIDE.
Foi ainda menino, logo depois de terminar a instrução primária, que Arnaldo começou a trabalhar. Tinha 12 anos. Foi na fábrica de moldes do tio Edilásio, que o jovem começou revelar a sua capacidade criativa. E muito aprendeu com o senhor Jordão, um mestre que o ensinou e incentivou a aperfeiçoar-se.
Tanto que, aos 19 anos, Arnaldo já era encarregado do sector da bancada. Foi a trabalhar de dia e a estudar à noite, na Escola Industrial e Comercial da Marinha Grande, e tendo como ilustres docentes os professores Calazans Duarte e Nery Capucho, que Arnaldo Matos concluiu o Curso Industrial. Foi o primeiro jovem da Ordem a conquistar essa formação, salienta o empresário.
Os tempos de tropa, principalmente os dois anos e meio vividos em Timor Leste, como sargento miliciano, estão entre as melhores memórias do octogenário. “Quando lá cheguei pensei que tinha encontrado o comunismo mais primitivo. Havia uma grande fidelidade de pessoa para pessoa, havia carácter e respeito mútuo”, explica o empresário.
Regressado de Timor Leste, aos 26 anos, Arnaldo começava a projectar o seu futuro nos negócios e, com 30 anos, com o irmão Joaquim Matos, constituia a primeira de várias empresas, a Molde Matos. Para ter um primeiro barracão, os irmãos tiveram de se desfazer de dois automóveis, relata Arnaldo, frisando o sacrifício e o trabalho que foi necessário empregar no desenvolvimento das suas empresas.
Foi depois de vender as suas quotas da Molde Matos, e também da Plimat, da Plimex e da Matosplás ao irmão, que Arnaldo investiu na Topo, onde, apesar de aposentado, ainda continua a dar o seu contributo.
E a escrita? Que espaço ocupa hoje na vida do empresário? Arnaldo Matos explica que sempre de gostou de ler, tendo gostado particularmente de grandes obras literárias de Émile Zola, Albert Camus e Voltaire. E conta que também escreve há muitos anos, tendo até publicado dois livros. Mas reconhece ser desorganizado com o seu espólio.
E as novas tecnologias, especialmente o facebook, têm sido um veíc
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