Viver
Palavra de Honra | Não será o universo demasiado grande para tão pouca vida inteligente?
Alexandre Santos, Web Designer
- Já não há paciência... para discursos incendiários, ideologias radicais e visões sectárias do mundo. Anseio pelo tempo em que a moderação volte a estar na moda.
- Detesto... políticos que dividem os cidadãos e nos põem uns contra os outros. A técnica requentada de dividir para reinar está de volta ao Ocidente e tem tudo para dar asneira. Não há maneira de aprendermos com a História…
- A ideia... não é tanto uma ideia, mas mais uma palavra que define uma: serendipidade. Descobri a palavra há uns anos num livro de Chico Buarque e apaixonei-me por ela. Quantas vezes, enquanto músico, cheguei a melodias, harmonias e texturas musicais enquanto estava a fazer experiências sem rumo.
- Questiono-me se... não será o universo demasiado grande para tão pouca vida inteligente?
- Adoro... estar deitado numa espreguiçadeira, debaixo de um chapéu de sol, de frente para o mar, a sentir uma leve brisa no corpo e a ler um bom livro - de preferência, na companhia da minha mulher e, se não for pedir demais, com a música de Tigran Hamasyan de fundo.
- Lembro-me tantas vezes... da doçura do meu avô materno, da gargalhada sonante do meu pai e do humor mordaz da minha tia. Estão comigo todos os dias.
- Desejo secretamente... não precisar de trabalhar para viver. Estou a trabalhar nisso.
- Tenho saudades... sinto que vivo melhor hoje do que no passado. Talvez por isso não seja saudosista. Dito isto, se o Popsi (gelado da Olá, metade banana, metade chocolate, que se vendeu nos anos 80) reaparecesse, o meu mundo seria melhor.
- O medo que tive... de dormir sozinho quando era criança. Houve uma época em que se ouvia falar tanto de raptos, que acabei por desenvolver um medo irracional de ser raptado enquanto dormia. Pensando bem, talvez isso explique ter sido notívago profissional durante uma boa fase da minha vida.
- Sinto vergonha alheia... quando, nas redes sociais, “peritos” discorrem sobre os mais variados assuntos, não sendo a escrita o seu forte. Havia um meme delicioso, na época da covid, que exemplificava bem isso. Era mais ou menos assim: “Não sabem a diferença entre há, à e ah, mas sabem tudo sobre vacinas”.
- O futuro... como não ter esperança num futuro melhor, quando a maior democracia do mundo - que serve de farol para muitas outras - acaba de eleger um tirano, mentiroso, negacionista e bully como Presidente? Um exemplo para os nossos filhos… Haja esperança na humanidade e na sua capacidade para se regenerar.
- Se eu encontrar... tampões para os ouvidos que cancelem 100% do ruído, dormirei melhor e serei mais feliz.
- Prometo... cozinhar mais.
- Tenho orgulho... na minha mulher. No percurso de vida que teve e na mulher que é: uma força da natureza que distribui amor e bondade por onde passa.