Sociedade
Paulo Batista Santos pede desculpa e vai embora, Raul Castro quer falar menos e fazer mais
Os eleitos para a Assembleia Municipal e para a Câmara Municipal da Batalha tomaram posse este sábado, durante a manhã
Quando, logo no início do discurso, Raul Castro manifestou o desejo de “falar menos e fazer mais”, no cargo de presidente da Câmara, os aplausos da plateia subjugaram demoradamente o Auditório Municipal da Batalha e confirmaram o ambiente de mudança de ciclo na governação do concelho.
Os eleitos para a Assembleia Municipal e para a Câmara Municipal da Batalha tomaram posse este sábado, durante a manhã, com Joaquim Ruivo a suceder a Júlio Órfão na Assembleia Municipal e Raul Castro a tomar o lugar de Paulo Batista Santos no executivo, graças à vitória do movimento independente Batalha é de Todos, em ambos os órgãos, nas eleições autárquicas de 26 de Setembro.
Paulo Batista Santos, presidente cessante e cabeça-de-lista do PSD derrotado nas urnas, vai renunciar ao mandato – deverá formalizar a decisão logo na primeira reunião de vereadores – e regressar ao sector privado, como consultor de empresas.
No discurso de tomada de posse, Raul Castro disse querer estabelecer “parcerias com todos os agentes da comunidade” e prometeu “ter atenção às empresas”, com o propósito de garantir “postos de trabalho” e “condições para as pessoas” se fixarem na Batalha.
No regresso a funções que desempenhou anteriormente, ambiciona também o “melhoramento dos serviços da autarquia”, com “atendimentos céleres”. E acredita que “todos os funcionários, devidamente sensibilizados, vão conseguir ir um bocadinho mais além”.
Rever o Plano Director Municipal (PDM) é outro dos objectivos de Raul Castro, que pede “algum tempo” e avisa que “nem tudo é possível fazer”.
“Peço-vos aqui desde já que tenham alguma tolerância”, afirmou, antes de finalizar: “Conto com todos, viva a Batalha”.
Minutos antes, Paulo Batista Santos já tinha manifestado disponibilidade para colaborar com Raul Castro e a respectiva equipa – “contará comigo para o ajudar, para ajudar o executivo” – e também já tinha anunciado aos eleitos e convidados presentes no Auditório Municipal da Batalha que não pretende cumprir o mandato, pelo contrário, está decidido a “dar o lugar aos outros”, por razões “de natureza pessoal e profissional”.
Paulo Batista Santos começou o discurso citando Agostinho da Silva – “Nenhum político deve esperar que lhe agradeçam” – e assumindo responsabilidades: “Peço desculpa pelas minha falhas”. E finalizou-o reconhecendo que o mais importante é trabalhar para o progresso da Batalha e que aqueles que lhe sucedem “têm essa capacidade” e “essa vontade”.
Pelo meio, afirmou que “só a História julgará” a acção de cada um “enquanto agente político” e voltou a assumir falhas – por exemplo, no tema da natalidade – mas também lembrou projectos realizados ou em marcha que considera inovadores, por exemplo, nas áreas da juventude, do desporto, das infra-estruturas e do envelhecimento activo.
Na Batalha, o movimento independente Batalha é de Todos elegeu 4 vereadores e o PSD ficou com três mandatos.
Já na Assembleia Municipal, os eleitores da Batalha atribuíram 10 mandatos aos independentes, oito ao PSD, um ao CDS, um ao Chega e um à Iniciativa Liberal.