Sociedade
Politécnico de Leiria estuda alternativas sustentáveis para substituir pesticidas na produção de pêra e maçã
Instituição de Leiria integra consórcio internacional que avalia uso de algas marinhas
O Politécnico de Leiria faz parte do consórcio internacional liderado pela empresa portuguesa Campotec In - Conservação e Transformação de Hortofrutícolas, que inclui também o Politécnico do Cávado e Ave, a Technological University of the Shannon (Irlanda) e a Vorarlberg University (Áustria), grupo que tem explorado as algas marinhas da costa portuguesa em busca de compostos que permitam substituir os actuais pesticidas usados nos pomares de pêra e maçã por soluções mais sustentáveis e naturais.
Em comunicado, a instituição de Leiria faz saber que, "durante o último ano, o consórcio, através do projecto Orchestra, seleccionou quatro algas marinhas encontradas entre Peniche e Viana do Castelo, cujos compostos extraídos mostraram a capacidade para eliminar fungos responsáveis por problemas como a sarna, a moniliose ou a estenfiliose, doenças que causam grandes prejuízos na actividade frutícola da pereira e da macieira".
Informa que "já foram iniciados ensaios em estufa com outras plantas e, em breve, estes novos fungicidas naturais de origem marinha serão testados em pereiras e macieiras".
"Algumas algas marinhas são conhecidas por produzirem compostos que as protegem das condições dos locais onde se encontram, e mesmo de herbívoros que delas se alimentam. Esses mesmos compostos possuem propriedades que podem ser aplicadas em domínios diversos, como o desenvolvimento de fármacos ou cosméticos", introduz Marco Lemos, professor do Politécnico de Leiria e investigador do Centro de Ciência do Mar e do Ambiente (MARE), que é também responsável científico pelo projecto.
"Historicamente usadas como fertilizantes, agora, com o conhecimento que temos, podemos desenvolver soluções biotecnológicas para a utilização dos compostos que produzem na resolução de problemas críticos da agricultura, como algumas bactérias e fungos que causam graves perdas económicas e também promover a melhor qualidade dos frutos nos seus processos de conservação, promovendo produtos ainda mais seguros e de qualidade acrescida para o consumidor", afirma ainda o responsável.