Sociedade
Por essa estrada fora
De carro, de bicicleta ou a pé, ao longo dos quase 60 quilómetros da Estrada Atlântica é possível percorrer cerca de duas dezenas de praias e desfrutar da gastronomia típica
A Estrada Atlântica é acompanhada por uma ciclovia e liga o litoral de cinco concelhos do distrito de Leiria, entre a praia do Osso da Baleia (Pombal) e o Sítio da Nazaré, passando pela praia do Pedrógão (Leiria), Vieira de Leiria e São Pedro de Moel (Marinha Grande), Paredes de Vitória e Vale Furado (Alcobaça).
Ao longo deste percurso será acompanhado por uma paisagem verde e azul, tons que resultam da longa extensão de mata e do oceano. O JORNAL DE LEIRIA fez o percurso completo, de carro, e deixa-lhe algumas sugestões.
Partindo de Norte para Sul, encontramos a Estrada Atlântica logo a seguir à passagem de nível no Carriço, em Pombal. Uns metros mais à frente encontra-se uma das praias mais selvagens da região. O Osso da Baleia, que ficou célebre devido ao homicídio de várias pessoas no seu areal, tem ainda pouca intervenção humana.
A vegetação envolvente e as dunas estão ainda bastante preservadas. O extenso areal, de um branco quase imaculado, contrasta com o azul esverdeado do mar, neste dia bastante calmo e convidativo a banhos.
Os passadiços de madeira que o levam à praia permitem um passeio para apreciar a beleza da paisagem, que ostenta as três bandeiras de qualidade: azul, ouro e acessível a todos. Com vigilância e bar de apoio, é sem dúvida uma praia a descobrir, sobretudo para quem gosta de fugir à agitação do Verão.
A viagem prossegue para Sul. A poucos quilómetros encontra-se a praia do Fausto, de difícil acesso, apreciada pelos amantes de nudismo.
A próxima paragem é no Pedrógão, a única praia do concelho de Leiria. A caminho encontramos a Lagoa da Ervedeira, onde miúdos brincam junto à água e os mais velhos estendemse no pedaço curto de areia.
Este espaço, situado entre a Mata Nacional do Urso e a Mata Nacional do Pedrógão, é muito procurado para a prática de pesca desportiva e de desportos náuticos, como o windsurf e mais recentemente o stand up paddle. É ainda um local privilegiado de refúgio e nidificação de avifauna.
Nas dunas envolventes existem passadiços, vários pontões de pesca, instalações de apoio, parque de merendas e parques de estacionamento automóvel. Atenção aos passadiços, pois nem todos estão em condições de segurança. Há alguns partidos e zonas em que a estrutura parece pouco segura.
Rumamos à costa e chegamos à Praia do Pedrógão. Nesta estância balnear, encontram o parque de campismo e as extensas praias, de azul e dourado, onde ainda se mantém a faina da arte xávega, técnica de pesca de tipo artesanal predominante desta região.
Ao longo da arriba da Praia do Pedrógão encontra-se uma sucessão de margas-calcárias do Jurássico, que possuem alguns fósseis. Mais recentemente foram descobertos vários achados paleontológicos, nomeadamente fósseis marinhos nas rochas do substrato da praia. Também foram realizados vários achados arqueológicos, destacando-se uma pintura rupestre sobre uma rocha calcária de pequenas dimensões.
O peixe é o repasto que se aconselha neste local, onde os restaurantes procuram oferecer o que de mais fresco existe. A praia do Pedrógão é um bom local para beber uma imperial e comer uns tremoços ou caracóis ao final da tarde.
Chegados à Praia da Vieira, no concelho da Marinha Grande, o areal repleto de gente é o que mais chama a atenção. No local onde o arroz de marisco foi eleito uma das 7 Maravilhas da Gastronomia nacional convivem famílias da região, emigrantes e até estrangeiros. São Pedro de Moel é uma das praias mais conhecidas da região.
Em tempos, as piscinas descobertas e os estabelecimentos nocturnos Snoobar e Hot Rio eram um atractivo, que deixa saudades. Frederico Barosa, arquitecto, conhece bem esta praia.
Se tem crianças pequenas, experimente o “Roteiro para adormecer bebés e beber uma cerveja com os amigos”. Começando a volta pelo lado do parque de campismo da Orbitur, viaje de carro para Norte, “passando pela zona das árvores sempre a bom ritmo na esperança que o petiz adormeça” .
Entrando na Estrada Atlântica “vamos compreender a relação do pinhal com a praia e a forma perfeita e única como ambos interagem com o maior dos segredos de S. Pedro de Moel”, aconselha Frederico Barosa.
Leia mais na edição impressa ou torne-se assinante para aceder à versão digital integral deste artigo.