Sociedade
Precisa-se “Liga de amigos” para a Serra de Sicó
Despovoamento e envelhecimento da população e a criação de riqueza foram alvo de debate na Redinha
A sede da Associação Recreativa e Cultural de Pousadas Vedras, na Redinha, concelho de Pombal, foi palco para o debate “Ideias para o Futuro” do território da serra de Sicó, promovido pela concelhia de Pombal do CDS-PP.
O despovoamento e envelhecimento da população, a criação de riqueza, o património natural e edificado e ainda a promoção de mais-valias, como a gastronomia e produtos endógenos, foram alguns dos muitos temas abordados pelos participantes, que se deslocaram de, praticamente, todo o território dentro e ao redor maciço de Sicó: Alvaiázere, Ansião, Condeixa-a-Nova, Penela, Pombal e Soure.
“Vamos compilar o que foi dito e conversado na conferência, e juntar a algum trabalho que já tínhamos feito num documento preparatório, com projectos e apresentar aos seis municípios, que fazem parte da Associação de Desenvolvimento Terras de Sicó. Uma das coisas mencionada é que não existe união. Não tem havido, da parte dos municípios, um consenso relativamente à identidade que querem para o território. Uns apostam no património romano, outros no queijo, outros noutra coisa qualquer. Não é de todo um trabalho em conjunto”, afirma Telmo Lopes, da organização do evento.
“A Lousitânea - Liga de Amigos da Serra da Lousã, associação sem fins lucrativos que tem como finalidade promover aquele território, apresentada por Cátia Lucas, e é o exemplo de algo que faz falta na Sicó”, adianta o organizador, no que poderá ser uma proposta para o futuro.
Num encontro que durou o dia inteiro, a conferência começou com o geógrafo, especialista em património e cultura, Carlos Silva, que, ao longo de cerca de hora e meia descreveu o património da serra de Sicó, recordando algumas opções “inusitadas”, como aquela que levou à destruição de uma dolina para se construir um pavilhão de ginásio desportivo.
Já José Pais, engenheiro florestal e dinamizador de um alojamento de turismo rural em Chanca, Penela, expôs cenários onde a sustentabilidade foi o fulcro, abordando a floresta autóctone e a rentabilidade de espécies como o carvalho, a azinheira, e o medronheiro, em alternativa à monocultura de eucalipto.