Economia

Preço da sardinha aumentou 220% em sete anos

29 jun 2017 00:00

É a melhor época do ano para a captura da sardinha. Os preços na primeira venda, na lota, já estão no máximo de 2017

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sardinha é a espécie que maior volume de negócios desperta na lota de Peniche e fica sempre mais cara nos meses de Junho, Julho e Agosto.

Na semana passada, em função do acréscimo de procura típico do Verão e dos santos populares, o preço médio na primeira venda em Peniche subiu para o máximo de 2017, uma boa notícia para os pescadores, embora ainda aquém dos valores atingidos no ano passado.

"A maior abundância e irregularidade de desembarques em todos os portos do País", e, em simultâneo, "a dimensão" da sardinha, este ano "um pouco mais curta e de tamanho diverso", ou seja, "não tão boa para o mercado de fresco", explica que, até à data, a espécie não tenha encarecido tanto como em 2016, diz o presidente da Associação Nacional Das Organizações de Produtores da Pesca do Cerco (ANOPCERCO) e da Associação Mútua Financeira Livre dos Armadores da Pesca Geral do Centro (AMAP), Humberto Jorge.

De acordo com a Docapesca, na semana de 19 a 23 de Junho, o preço médio da sardinha ascendeu a 3,01 euros por quilo na lota de Peniche, mais 1,06 euros por quilo do que na semana anterior.

A nível nacional só na Costa da Caparica se pagou mais do que em Peniche e a cotação da sardinha oscilou entre os 80 cêntimos e os 4,09 euros por quilo. Em termos de sabor e frescura, a sardinha até "está melhor do que no ano passado", garante Humberto Jorge. Muitos armadores do Norte rumaram a Peniche, onde se encontram actualmente cerca de 45 embarcações envolvidas na pesca da sardinha, totalizando mais de 700 pescadores.

"É claro que traz problemas na gestão da oferta", reconhece o presidente da ANOPCERCO. Daí as quotas diárias impostas a cada embarcação, mais baixas do que no resto do País, com o objectivo de impedir o esmagamento do preço durante os leilões na lota.

Na semana de 19 a 23 de Junho, comercializaram-se 390.546 quilos de sardinha na lota de Peniche, cerca de 60% da sardinha transacionada no conjunto das lotas sob gestão da Docapesca.

Com a diminuição das quotas atribuídas a Portugal, para efeitos da gestão de stocks, os pescadores portugueses não podem capturar mais do que 6.800 toneladas de sardinha até 31 de Julho de 2017 (e desde 1 de Março deste ano).

Este é "o grande problema" que o sector enfrenta neste momento, porque implica um defeso de seis meses que nem sempre as espécies alternativas – como é o caso do carapau, da cavala e do biqueirão – permitem colmatar, afirma Humberto Jorge, para quem a pesca da sardinha continua a ser "uma actividade lucrativa e com futuro" nos meses de maior procura e valorização.

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