Economia

Produtores de pêra rocha revêem números e temem produção "ao nível ou ligeiramente inferior à do ano passado"

21 ago 2024 09:42

Em 2022 e 2023, também devido à meteorologia e pragas, a colheita foi inferior ao nível normal de produção

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Filipe Ribeiro, presidente da Associação Nacional de Pera Rocha
Fotografia: Rui Miguel Pedrosa

A Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha (ANP) anunciou ontem o arranque da campanha de 2024 da apanha da pera rocha, reconhecendo que, embora em Junho as previsões fossem optimistas, "condições climáticas adversas e questões fitossanitárias forçaram a uma revisão das expectativas".

"Os produtores esperam agora uma produção ao nível ou ligeiramente inferior à do ano passado, mas continuam comprometidos com a máxima qualidade deste fruto tão icónico", pode ler-se num comunicado enviado às redacções.

Em 2023, a colheita foi cerca de 13% inferior ao nível normal de produção, na sequência de outra quebra registada em 2022.

Filipe Ribeiro, presidente da ANP, reconhece que apesar de a qualidade da fruta no mercado ser a de sempre, a meteorologia que se fez sentir nesta campanha teve um impacto negativo "na produção, gerando menor produtividade e condições propícias ao desenvolvimento de pragas”.

Com uma área de 11.297 hectares dedicados ao cultivo de pereiras em Portugal, dos quais 84% estão concentrados na zona Oeste, a campanha de apanha pera envolve mais de 15 mil pessoas e, todos os anos, gera receitas superiores a 85 milhões de euros.

Nas próximas semanas, espera-se que seja processada mais de uma centena de milhares de toneladas de pêra rocha, fazendo com que Portugal continue a destacar-se no top 5 dos maiores produtores na Europa, exportando para mais de 20 países, com destaque para o mercado europeu, Marrocos e Brasil.