Sociedade
Reabilitação: Podem as artes salvar o centro histórico de Leiria?
Sector cultural e criativo gera milhões de euros em Portugal, alimenta o turismo e está cada vez mais ligado ao desenvolvimento das cidades De que precisa uma cidade para se manter viva?
De que precisam os artistas para se fixarem numa cidade? Vamos imaginar que as duas perguntas são apenas uma e por momentos casar a reabilitação do centro histórico de Leiria com os diplomados que saem da Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha (ESAD.CR). Entre 250 e 300 por ano.
São eles a energia que falta para a regeneração urbana? Como atrair este fluxo de criatividade para a capital do distrito, em prol do turismo, do comércio e da indústria? De acordo com o Município de Leiria, há 137 imóveis devolutos no centro histórico, ou seja, encontram-se desocupados há mais de um ano e correspondem a 28% do património edificado na zona antiga da cidade.
Ali se cruzam os interesses dos proprietários com as políticas públicas de urbanismo. Nem sempre fáceis de conciliar, em especial quando o dinheiro não abunda e o mercado imobiliário arrefece. Mas, em vários momentos e diferentes países, foram os artistas os primeiros a instalarem-se nos bairros esquecidos das cidades. A travar a desertificação.
O director da ESAD.CR pergunta: "Por que é que a Câmara não desenvolve com os fundos do Portugal 2020 um programa de recuperação de edifícios, a colocar no mercado com rendas de custo controlado, para jovens?". Residências artísticas para novos profissionais que ficariam a viver e a trabalhar no centro histórico de Leiria. "Seria interessantíssimo de desenvolver", afirma Rodrigo Silva. "Vantajoso para a Câmara, para os alunos, para a cidade, para a Escola, para o Politécnico e para a região.
É fundamental ligar reabilitação urbana e dinamização dos centros históricos com economia criativa e indústrias culturais. Todas estas questões formam um ecossistema", salienta. Questionada a autarquia, não respondeu.
Incubadoras e laboratórios
Do Soho de Nova Iorque ao Kreuzberg em Berlim, não faltam bairros mundo fora onde as artes ocuparam e reanimaram territórios degradados, contribuindo para a sua valorização e reabilitação. Nem exemplos de espaços convertidos em abrigo para a criatividade.
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