Sociedade

Reabilitação: Podem as artes salvar o centro histórico de Leiria?

26 nov 2015 00:00

Sector cultural e criativo gera milhões de euros em Portugal, alimenta o turismo e está cada vez mais ligado ao desenvolvimento das cidades De que precisa uma cidade para se manter viva?

reabilitacao-podem-as-artes-salvar-o-centro-historico-de-leiria-2554

De que precisam os artistas para se fixarem numa cidade? Vamos imaginar que as duas perguntas são apenas uma e por momentos casar a reabilitação do centro histórico de Leiria com os diplomados que saem da Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha (ESAD.CR). Entre 250 e 300 por ano.

São eles a energia que falta para a regeneração urbana? Como atrair este fluxo de criatividade para a capital do distrito, em prol do turismo, do comércio e da indústria? De acordo com o Município de Leiria, há 137 imóveis devolutos no centro histórico, ou seja, encontram-se desocupados há mais de um ano e correspondem a 28% do património edificado na zona antiga da cidade.

Ali se cruzam os interesses dos proprietários com as políticas públicas de urbanismo. Nem sempre fáceis de conciliar, em especial quando o dinheiro não abunda e o mercado imobiliário arrefece. Mas, em vários momentos e diferentes países, foram os artistas os primeiros a instalarem-se nos bairros esquecidos das cidades. A travar a desertificação.

O director da ESAD.CR pergunta: "Por que é que a Câmara não desenvolve com os fundos do Portugal 2020 um programa de recuperação de edifícios, a colocar no mercado com rendas de custo controlado, para jovens?". Residências artísticas para novos profissionais que ficariam a viver e a trabalhar no centro histórico de Leiria. "Seria interessantíssimo de desenvolver", afirma Rodrigo Silva. "Vantajoso para a Câmara, para os alunos, para a cidade, para a Escola, para o Politécnico e para a região.

É fundamental ligar reabilitação urbana e dinamização dos centros históricos com economia criativa e indústrias culturais. Todas estas questões formam um ecossistema", salienta. Questionada a autarquia, não respondeu.

Incubadoras e laboratórios
Do Soho de Nova Iorque ao Kreuzberg em Berlim, não faltam bairros mundo fora onde as artes ocuparam e reanimaram territórios degradados, contribuindo para a sua valorização e reabilitação. Nem exemplos de espaços convertidos em abrigo para a criatividade.

Leia mais na edição impressa ou descarregue o PDF gratuitamente