Sociedade
Região tem 70 árvores centenárias e a mais antiga está no Bombarral
A lista de arvoredo classificado como de interesse público, que consultámos a propósito do Dia da Floresta Autóctone, inclui 70 árvores centenárias na região. A mais velha tem quase 300 anos
É no largo da capela de Azambujeira dos Carros, uma pequena povoação da freguesia de Roliça, Bombarral, que está a árvore mais antiga do distrito classificada como de interesse público. Trata-se de um freixo, com quase 300 anos, que tem resistido a intempéries e até a conflitos bélicos. Reza a lenda que, aquando da Batalha Roliça, o primeiro combate das invasões francesas, travado a 17 de Agosto de 1808, a árvore terá salvo um rapaz da fúria dos soldados de Napoleão.
Segundo a história popular, perante o avanço das tropas francesas, o menino procurou refúgio e encontrou-o na cavidade que o freixo tem no tronco. “A lenda diz que ele se escondeu aí aquando da passagem dos soldados e nada lhe aconteceu”, conta Joana Caetano, presidente da Junta de Roliça. A autarca refere que, nos últimos anos, houve a necessidade de fazer algumas intervenções para a preservação da árvore. Há cerca de dois anos, foi efectuada “uma poda maior, porque o freixo já não estava a conseguir suportar o peso” da braças e, mais recentemente, a autarquia procedeu à colocação de “uma cinta e de um puxador, porque estava a abrir ao meio”.
Agora, “está de perfeita saúde”, assegura a presidente da junta, que sublinha “a simpatia” e o “orgulho” que a população local nutre pela árvore, que já teve direito a um poema, feito por um poeta local e que se encontra afixado num mural de azulejo junto à árvore. “Certo dia, cortaram- -me, por apatia, muitas raízes e ramagem. Não me ponham mais em perigo, porque sou um grande amigo de quem está ou fez viagens”, escreveu António Batalha, poeta popular, em 1993.
De acordo com o inventário de árvores de interesse público, disponível no site do ICNF - Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (http://www.icnf.pt/ portal/florestas/aip/arvores-monpt- online), existem na região (distrito de Leiria e concelho de Ourém) 70 exemplares com 100 ou mais anos, sendo que 23 já ultrapassaram dois séculos de existência. E, até 2013, havia um com cerca de 400 anos.
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