Desporto

Ricardo Porém: “Aprendi mais nestes cinco dias do que em toda a minha vida”

22 abr 2016 00:00

Mais importante do que o sétimo lugar no Sealine Cross Country Rally, foram as lições que ficaram.

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Acima de tudo, acumular experiência. Foi com esse objectivo que Ricardo Porém partiu para o Qatar, foi com essa certeza que regressou do pequeno emirado do Médio Oriente.

Nos cinco dias que durou o Sealine Cross Country Rally, o piloto de Leiria, acompanhado pelo belga Tom Colsoul, vivenciou novos desafios, foi caçado em novas ratoeiras, mas também percebeu que o mundo dele é ali, entre os melhores.

No Qatar, ao volante de um Mini All 4 Racing da equipa oficial X-Raid, Ricardo Porém participou na terceira etapa da Taça do Mundo de todo-o-terreno da presente temporada.

Aos 26 anos, o currículo já impõe algum respeito, com realce para o título nacional de 2014 e as vitórias, em 2014 e 2015, na Baja Portalegre 500, também ela pontuável para a Taça do Mundo da especialidade.

No entanto, correr no Alentejo ou no Qatar é, obviamente, diferente. Aos trilhos portugueses já está Ricardo Porém adaptado, mas no deserto e na areia tem ainda muito para aprender. E foi isso mesmo que desabafou no final da prova. “Aprendi mais nestes cinco dias do que em toda a minha vida.”

Furos, dunas, erva de camelo e chott. Se as primeiras fazem parte do dia-a-dia de um piloto que se preze, as outras duas são expressões que Ricardo jamais esquecer e foram tão adversárias quanto Nasser Al-Attyia ou Yazeed Al-Rahji, os dois primeiros classificados do Sealine Cross Country Rally.

Erva de camelo é uma vegetação do deserto que acumula areia e pode fazer com que o carro atole, mas se se bater de frente com a planta pode danificar o veículo.

Chott é um lago salgado que está seco à superfície, mas com lama por baixo. Que o diga Ricardo Porém que perdeu o quarto, o quinto e o sexto lugar até conseguir sair de uma destas ratoeiras, quando faltavam menos de cinco quilómetros para terminar a última etapa da competição.

“Apareceu-nos entre duas dunas grandes. Demorámos mais de uma hora para retirar o carro daquele lugar”, descreveu Ricardo Porém.

O sétimo lugar “não foi o que queria, mas foi o possível”, desabafou o piloto. “Comecei bem e terminei menos bem, mas as experiências vividas vão certamente trazer os seus frutos no futuro.”