Sociedade

Rui Moreira considera "fundamental" o investimento na cultura

23 mai 2025 11:51

Orador no Dia do Município de Leiria, o presidente da Câmara do Porto enalteceu o papel "agregador" e "integrador" da cultura

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A terminar o seu terceiro e último mandato, Rui Moreira foi convidado a discursar no Dia do Município de Leiria
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Orador convidado da sessão solene do Dia do Município de Leiria, que se assinalou, esta quinta-feira, Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, defendeu o investimento na cultura como veículo para a integração "plena", não só de quem vem fora, mas da segunda geração de migrantes, que "sentem que já não são do país de origem nem do país onde nasceram".

"A grande possibilidade que nós temos de acolhimento e de integração é através da cultura, porque é a cultura que nos dá abertura de espírito e que faz com que essas pessoas de integrem plenamente", afirmou o autarca, recordando que essa foi uma das bandeiras que apresentou quando se candidatou pela primeira vez à câmara, em 2013, eleições que venceu.

"Caro Gonçalo [Lopes], ainda bem que Leiria está a apostar na cultura. É mesmo fundamental", reforçou Rui Moreira, dirigindo-se ao presidente da Câmara de Leiria, a quem incentivou a continuar o investimento nesta área. "É através da expansão da cultura que conseguimos agregar as pessoas. A cultura tem um efeito agregador. O cerzir a sociedade faz-se através do investimento na cultura", insistiu.

Na sua intervenção, o autarca do Porto abordou também a questão da imigração, que, nos últimos dois anos, contribuiu para um aumento "na ordem dos 15%" da população portuguesa, advertindo para não se fazer ligação entre segurança e imigração porque, "objectivamente essa relação não existe".

A terminar o seu terceiro e último mandato, Rui Moreira insistiu em algumas das bandeiras que tem defendido, como o reforço de competências dos municípios, lamentando que o Estado continue a tratar as autarquias "como capatazes e não verdadeiramente como decisores".

O autarca, eleito por um movimento independente, defendeu ainda alterações ao modelo de remuneração na Administração Pública, de forma a que seja possível "premiar e valorizar o mérito", e às regras de contracção, acabando com a obrigatoriedade de adjudicar pelo melhor preço. "Devemos poder decidir com base no interesse público e não apenas em função do mais barato", alegou.