Sociedade
Santarém admitida como opção para novo aeroporto, mas complementar à Portela
Segundo o jornal Eco, a versão final Comissão Técnica Independente mantém Alcochete como a opção com mais vantagens, mas admite que Santarém também pode ser viável, desde que se mantenha a Portela.
O relatório final da Comissão Técnica Independente (CTI) para o estudo da capacidade aeroportuária admite Santarém como hipótese, desde que se mantenha o aeroporto Humberto Delgado (Portela). A informação foi avançada esta segunda-feira, pelo jornal Eco, segundo o qual, a comissão mantém o Campo de Tiro de Alcochete como a opção com mais vantagens.
Na versão preliminar do relatório, divulgado no início de Dezembro, a CTI considerou inviável o aeroporto em Santarém, sozinho ou conjugado com o Humberto Delgado, como opção para um hub intercontinental” por “razões aeronáuticas”. Os estudos da comissão consideravam que o conflito de tráfego aéreo com a base aérea de Monte Real limita o número de movimentos que a infra-estrutura pode receber.
Agora, o documento final, actualizado após o período de consulta pública que terminou a 26 de Janeiro, entende que a solução Humberto Delgado + Santarém "pode ser uma opção, com Santarém como aeroporto complementar ao Humberto Delgado, mas com um número de movimentos limitado, não permitindo satisfazer a capacidade aeroportuária necessária no longo prazo”.
Segundo o Eco, esta opção "teria a vantagem de permitir ultrapassar no curto prazo as condicionantes criadas pelo contrato de concessão, tendo ainda como vantagem um financiamento privado”.
O facto de Santarém ser a única localização fora da área de concessão da ANA, o que permite introduzir concorrência e aumentar o poder negocial do Estado, o concedente, terá pesado na avaliação da CTI, que salienta, no entanto, que a localização ribatejana "nunca poderá evoluir para um aeroporto único, substituindo o Humberto Delgado, dadas as restrições ao tráfego aéreo", refere aquele jornal.
A versão final do relatório considera a solução única para o novo aeroporto de Lisboa, em Alcochete ou Vendas Novas, a mais “favorável em termos globais”.
A opção Santarém tem sido defendida por autarcas e dirigentes da região de Leiria, que consideram que esta é s solução que melhor serve a região centro e o País. Em Junho do ano passado as Comunidades Intermunicipais de Leiria, Coimbra, Beira Baixa e Médio Tejo subscreveram uma declaração conjunta em defesa dessa opção, que consideram “a escolha ideal”.
A localização, a “rapidez” de concretização, o impacto positivo na coesão territorial e o facto de o financiamento ser “maioritariamente” privado são alguns dos argumentos apontados por aquelas comunidades intermunicipais em defesa da opção de Santarém. O documento salientava a posição “central face às regiões circundantes”, bem como a “proximidade com importantes vias rodoviárias e ferroviárias”. Por outro lado, permitiria o “descongestionamento de outros aeroportos” e contribuiria para a “coesão do País, cada vez mais inclinado para o Litoral”.