Sociedade
Santuário de Fátima forçado a bloquear acessos ao recinto para impedir entrada de mais peregrinos
Recinto de oração atingiu, esta manhã, a lotação máxima permitida no contexto da pandemia da Covid-19, levando a instituição a bloquear entradas.
Pela primeira vez desde o início da pandemia, o Santuário de Fátima viu-se, esta manhã, obrigado a encerrar os acessos ao recinto, de forma a impedir a entrada de mais peregrinos.
A medida, adoptada a meio da celebração, foi justificada pelo facto de o recinto ter esgotado a lotação considerada segura para o espaço de oração, ao qual acorreram milhares de fiéis para participar na Peregrinação Internacional de Setembro.
De acordo com a agência Lusa, as orientações acertadas entre a Conferência Episcopal Portuguesa e a Direcção-Geral da Saúde determinam que a lotação máxima do recinto, nesta fase, corresponde a “um terço do espaço” que normalmente estava acessível aos peregrinos antes da pandemia.
Em declarações aos jornalistass, Carmo Rodeia, porta-voz da instituição, explicou que a monitorização das entradas foi feita através das várias câmaras presentes no recinto, nomeadamente das imagens captadas através do equipamento instalado na torre da Basílica de Nossa Senhora do Rosário.
“Percebemos facilmente quando é que estão ou não reunidas das condições de segurança”, referiu a responsável, sublinhando ainda que “a esmagadora maioria dos peregrinos que veêm a Fátima e participam nas celebrações no recinto de oração usam máscara”.
Numa nota de imprensa, o Santuário de Fátima adianta ainda que, durante a celebração, foram deixados “apelos constantes para o cumprimento das regras de distanciamento social, chamadas de atenção que foram bem recebidas pela multidão de peregrinos, que se dispersou pelo extenso recinto de oração”.
No entanto, algumas imagens transmitidas por várias estações de televisão presentes no local evidenciam que nem sempre o distanciamento foi cumprido.
A presidir a esta peregrinação esteve D. Manuel Pelino, bispo emérito de Santarém, que centrou a sua homilia no tema da reconciliação. “O perdão tem de estar sempre presente porque as ofensas, as palavras e atitudes que magoam, as vaidades e invejas que dividem, o azedume das más disposições, estão enraizados no coração humano e residem permanentemente na comunidade, como residem na família, nos grupos e na sociedade em geral”, afirmou.
Alinhado com esta mensagem, o bispo de Leiria-Fátima, que concelebrou a missa deste domingo, sublinhou, na parte final da eucaristia, o apelo à prática de “fraternidade, reconciliação e a paz” deixado pelo bispo emérito de Santarém.
“Um mundo onde não há o perdão é um mundo perdido… Uma família onde não se cultiva o perdão é uma família perdida… Uma comunidade cristã onde não há perdão é uma sociedade perdida”, alertou o cardeal D. António Marto.
Citado por uma nota de imprensa do Santuário, o bispo de de Leiria-Fátima deixou ainda uma mensagem particular aos mais novos para que, neste regresso às aulas, cumpram as regras de segurança que lhes forem indicadas, no âmbito da pandemia do novo coronavírus. D. António Marto lembrou ainda as vítimas da COVID19 e dirigiu uma palavra de conforto aos idosos e aos que vivem sós.