Sociedade

Sondagem para as autárquias em Leiria causa mal-estar no PSD

10 nov 2016 00:00

Estudo terá sido encomendado pela distrital à revelia da concelhia

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Maria Anabela Silva

Uma sondagem encomendada pela Comissão Política Distrital (CPD) do PSD, sobre as próximas autárquicas no concelho de Leiria, provocou mal-estar dentro do partido. Ao que o JORNAL DE LEIRIA apurou, na origem desse desconforto está, por exemplo, o facto de o estudo de opinião ter sido elaborado à revelia da concelhia e sem o conhecimento de alguns elementos da distrital e de todas as personalidades que aparecem na sondagem como possíveis candidatos: Feliciano Barreiras Duarte, Álvaro Madureira, Fernando Costa e Teófilo Santos.

O assunto foi discutido na reunião da CPD, realizada na segunda-feira, onde houve quem interpretasse esta iniciativa como “uma manobra” e uma “tentativa de condicionar” a Assembleia de Secção de Leiria, marcada para esta quinta-feira, dia 10. A polémica é desvalorizada pelo presidente da distrital, Rui Rocha, que refuta a “ideia que o assunto tenha provocado mal-estar”, assegurando que na reunião da CPD “foi tratado apenas por uma pessoa”. Quanto ao timing da divulgação pública da sondagem, o dirigente do PSD remete para a data de depósito do estudo na ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social), feito a 18 de Outubro.

“Concluo deste estudo, feito à pressa e à pressão, que tem um único objectivo, que é forçar a candidatura de uma pessoa que, para alguns, já estava escolhida desde Julho”, acusa Fernando Costa, antigo líder do município de Caldas, referindo-se, sem dizer o nome, a Feliciano Barreiras Duarte, que recentemente foi apontado por Marques Mendes como provável candidato à Câmara de Leiria.

O ex-autarca de Caldas da Rainha critica ainda a forma como aparece identificado na sondagem: vereador em Loures, a sua actual função, e ex-deputado. “Ao não ser identificado como ex-presidente da Câmara de Caldas, fica clara a intenção do estudo: validar uma decisão que já está alinhada nos corredores há alguns meses”, afirma, revelando que a indicação que lhe tinham dado o “coordenador nacional das eleições autárquicas” e “um alto responsável da distrital” era a de que seria feito “um simples estudo” para utilização interna e não uma sondagem a depositar na ERC e que, como tal, passaria a ser pública.

Por seu lado, Teófilo Santos assegura que não lhe perguntaram se o seu nome podia ser incluido na sondagem. “Face à minha actividade e responsabilidades profissionais, nunca o aceitaria, até porque não faz sentido colocar como hipótese o nome de pessoas que não estão interessadas nos cargos", afirma.