Sociedade

Tirar férias para matar o vício

9 ago 2018 00:00

As obrigações laborais e a pesada rotina quotidiana não deixam habitualmente grande espaço para os hobbies. Por isso, há quem veja nas férias a grande oportunidade de tirar a gravata e vestir a camisola por outros prazeres.

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Daniela Franco Sousa

O despertador costuma soar bem cedo para a maioria das pessoas que têm emprego e uma rotina pesada para cumprir ao longo do dia. Idealiza-se uma jornada onde caibam também algumas horas de ócio, ou de descontracção, mas quase sempre as responsabilidades profissionais ou familiares acabam por se sobrepor a tudo o resto, gorando a expectativas iniciais. Por isso, de forma a garantir que pelo menos durante alguns dias se faz realmente o que se ama, há quem marque dias de férias nesta época do ano para se dedicar àquilo que dá maior prazer. O JORNAL DE LEIRIA dá a conhecer alguns casos de pessoas que tiram férias para poder “matar o vício”.

Dos negócios para o enduro

Quem o vê nas reuniões de negócios dificilmente poderá adivinhar que, sob o fato e a gravata de Jorge Santos, director-geral da Vipex e presidente da Associação Empresarial da Região de Leiria (Nerlei), está um acérrimo apreciador de desportos motorizados, praticante de enduro. Com uma agenda sobejamente preenchida, o empresário não tem grande disponibilidade para praticar a modalidade. Por isso, há que planear os dias de férias a pensar no motociclismo e noutras actividades desportivas de que é grande fã.

Jorge Santos conta que começou por montar a cavalo, para acompanhar a filha. Mas, há cerca de 15 anos, trocou o cavalo pela mota, para acompanhar o filho. O vício apoderou-se do empresário e, agora com 57 anos, é muitas vezes o piloto mais velho da prova. “É o meu momento zen”, conta o presidente da Nerlei. Para quem todos os dias é absorvido por uma intensa actividade intelectual, conduzir uma mota é ter a oportunidade de não pensar em nadaque não seja a melhor maneira de entrar numa curva ou de evitar um obstáculo.

Esse grau de concentração funciona como “um momento de meditação”, explica Jorge Santos. Um escape que é essencial para manter o seu equilíbrio emocional e retemperar energias antes de voltar à vida activa. Os fins-de-semana são geralmente dedicados aos passeios de mota, com amigos, onde as pausas não são para falar de negócios e o tema prioritário são os motociclos. Mas há uma prova, que se tornou “num momento mítico do todo o terreno”, que é a Baja de Portalegre, onde o empresário participa há já vários anos. “Vou competir, não pela classificação, mas para me divertir e para me desafiar a mim próprio”, salienta Jorge Santos, que, nesse caso, até tira dias de férias de forma a não faltar ao evento.

Tradição é também o percurso de 230 quilómetros que o empresário faz questão de cumprir antes da Baja, e que liga Ourém a Portalegre em duas rodas. O piloto frisa que esta é uma das modalidades menos dispendiosas no campo dos desportos motorizados.

Muito importante, nesta caso, é ter preparação física e praticar uma condução segura, frisa o empresário. Se os dias de Baja são de interacção entre várias gerações de amigos, já as férias de Verão são programadas a pensar na prática desportiva em família.

Corridas, caminhadas e passeios de bicicletas são algumas das actividades das quais não abdica durante as férias de Verão.

As velas de Pedro Custódio

Para se descontrair do negócio das velas - ironia do destino - o director- geral da Manulena acabou por encontrar a paz nos barcos à vela. Foi há 17 anos que Pedro Custódio tomou o gosto por estas embarcações. Fez curso de vela em Lisboa, adquiriu carta de patrão de local e carta de patrão de costa e, sempre que a agenda lhe permite,faz passeios e regatas ao fim-de- -semana.

E, mesmo quando a agenda está apertada, Pedro Custódio dá um jeito de conseguir matar o vício. E isso passa por agendar férias de Verão de forma a conciliar os passeios de barco com o convívio

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