Sociedade
Transtorno obsessivo-compulsivo: quando os rituais deixam pouco espaço para viver
Há quem desinfecte o corpo até abrir feridas, quem confirme vezes sem conta se desligou o fogão ou trancou a porta, quem viva refém de horários inflexíveis
“Até posso estar numa conversa animada com alguém. Se reparar que não tenho os meus cortinados perfeitamente alinhados e simétricos, enquanto não for concertá-los, não fico bem. Até deixo de ouvir o que a pessoa diz”, conta Ana Isabel, de 21 anos.
Para quem tanto se esforça em organizar, endireitar e ajeitar tudo ao seu redor, alguns itens domésticos são sinónimo de desconforto e de uma quase aversão. É o caso de lençóis com padrões ou listras. “Quando os tinha não conseguia dormir. Sempre que me mexia na cama, deixavam de estar direitos. Passava a noite a esticá-los.”
A ordem e a perfeição não são a única obsessão de Ana Isabel, que também impõe a cada um dos seus dias um rígido cronograma. “Quando me preparo de manhã, tenho que lavar sempre os dentes entre as 07:10 e as 07:12 horas, porque às 07:15 é altura de pôr o creme de rosto”, partilha a jovem estudante. Ana Isabel faz parte dos cerca de 1% a 2% da população mundial
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