Sociedade
Tribunal pede avaliação psiquiátrica de suspeito de tentar matar a mulher na Batalha
O arguido encontra-se a ser seguido no serviço de psiquiatria do hospital de Leiria.
O colectivo de juízes do Tribunal Judicial de Leiria pediu hoje a avaliação psiquiátrica de um homem de 34 anos acusado de tentativa de homicídio e violência doméstica sobre a mulher, em 2015, na Batalha.
Na primeira sessão de julgamento, ocorrida hoje, o arguido admitiu ter apertado o pescoço à mulher, mas referiu não se recordar de mais nada a partir dessa altura.
O suspeito disse ainda estar internado na unidade psiquiátrica "Andrinos" do Hospital de Santo André, em Leiria, "há cinco dias". Já a sua mãe testemunhou que o homem está a receber acompanhamento psicológico desde Junho de 2015.
O procurador do Ministério Público pediu ainda que o arguido fosse confrontado com as declarações em sede de primeiro interrogatório - no qual o suspeito explicou tudo o que sucedeu no dia dos factos -, uma vez que hoje disse não se lembrar de nada.
"O colectivo deliberou solicitar ao gabinete médico-legal do hospital de Leiria uma perícia psiquiátrica a fim de saber se o arguido, no momento dos factos, tinha capacidade para avaliar a licitude dos mesmos", ordenou o juiz presidente.
Aos juízes, o arguido confirmou a maioria dos factos que constam na acusação, afirmando ter conhecido a mulher através da internet.
O homem também admitiu que o relacionamento com a ofendida envolvia algumas discussões, originadas pelo facto de entender que a mulher mantinha uma vida desregrada, não desenvolvendo qualquer actividade profissional.
No entanto, negou tê-la empurrado ou agredido antes da alegada tentativa de homicídio, como consta na acusação: "Não lhe chamei nomes nenhuns nem nunca a empurrei contra a cama ou contra a parede. Só disse que ela não trabalhava e não procurava meio para nos ajudar para termos uma vida a dois".
Segundo a acusação, no dia 21 de Abril de 2015, a mãe do arguido informou a ofendida de que teria de abandonar a sua casa por a ter visto à entrada do prédio abraçada a outro homem.
O arguido acabou por pedir o divórcio, mas, segundo as suas declarações em tribunal, quando a informou de que queria ir à conservatória assinar os papéis a mulher arranhou-o na cara.
“Perdi noção de mim e apertei-lhe o pescoço. Depois já não me lembro de mais nada”, afirmou, acrescentando que a sua mãe entrou depois no quarto e que chamaram os bombeiros para socorrer a vítima.
Em seguida, foi à GNR entregar-se, por indicação da mãe.