Saúde
Unidade Local de Saúde de Leiria promete pôr fim a injustiças entre enfermeiros
Sindicato desconvocou greve agendada para esta sexta-feira
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) e o conselho de administração da Unidade Local de Saúde da Região de Leiria (ULSRL) chegaram a acordo para que algumas injustiças entre os profissionais da classe terminem.
Numa reunião realizada esta semana entre as partes, a ULSRL comprometeu-se a ir ao encontro de algumas das reinvindições que os enfermeiros reclamam há anos, o que levou o SEP a desconvocar a greve agendada para amanhã, dia 30.
Num documento escrito assinado pelas partes, a ULSRL aceitou que a passagem de turno nos serviços de urgência, medicina e Unidade de Cuidados Agudos Polivalente (UCAP) possa ser alargado dos 15 para os 30 minutos, a partir de Outubro. Esta medida será estendida aos outros serviços de internamento, a partir de Janeiro, salvo alguma excepção que possa surgir.
Os enfermeiros vão também beneficiar de uma harmonização do número de dias de férias, passando a ser atribuído um dia extra por cada decénio trabalhado.
Os enfermeiros que trabalham nos serviços de psiquiatria e de oncologia passam a receber todos compensações, independentemente do contrato que possuem, a partir de Janeiro de 2025.
A ULSRL anunciou ainda que vai passar para contrato sem termo 37 enfermeiros que foram contratados no âmbito da covid-19 e para dar resposta à vacinação em massa durante a pandemia, medida que entra em vigor já no próximo mês.
Serão ainda recrutados 14 enfermeiros, esperando-se a contratação de mais profissionais para o serviço de urgência, fora do plano sazonal Outono-Inverno.
As injustiças salariais, nomeadamente relativas às categorias profissionais e pontos não contabilizados, terão fim. O reposicionamento das categorias de enfermeiros especialistas e enfermeiros chefe, por exemplo, será actualizado, com direito a retroactivos.
Segundo Ivo Gomes, coordenador da direcção regional de Leiria do SEP, estes "avanços demonstrados pela administração são importantes". No entanto, lamenta, que "foi preciso a marcação de uma greve e esta forma de luta para que a administração reconhecesse que era importante encontrar soluções para resolver situações discriminatórias”.