Sociedade
Vai mas é para a tua terra: os 15 de Leiria na luta contra o discurso de ódio
Nomes do teatro, música, fotografia, literatura, dança, academia e de outras áreas vestem a camisola numa campanha que quer travar a discriminação
“Se vêm para cá, têm é que respeitar”. Esta e outras frases que tradicionalmente alimentam o discurso de ódio têm agora nova versão, numa campanha de alerta contra o classismo, a xenofobia, o machismo, o racismo, a homofobia e a transfobia, iniciada esta terça-feira, em que um dos motes é, precisamente, a hashtag "dar a volta ao texto".
Nomes do teatro, música, fotografia, literatura, dança, academia e de outras áreas de actividade vestem a camisola numa iniciativa da EAPN Portugal / Rede Europeia Anti-Pobreza que já corre nas redes sociais.
A mensagem é clara: “Se vêm para cá, têm é que respeitar e ser respeitados”; “Vai mas é para a tua terra, aqui não há lugar para o racismo”; “Se tem algum jeito, uma pessoa ser aquilo que é”; “Faziam bem era se fossem trabalhar com ordenados dignos”; “Toda a gente sabe que o lugar da mulher é onde ela quiser”.
No distrito de Leiria, juntam-se à causa Ana Moderno (conservadora de mMuseus), Beatriz Passão (representante do Conselho Local de Cidadãos do Núcleo Distrital de Leiria da EAPN Portugal), Carlos Matos (presidente da Fade In), Carolina Cravo (coordenadora do projecto Redes na Quinta E8G e Presidente da Mesa do Conselho Geral do Núcleo Distrital de Leiria da EAPN Portugal), Clara Leão (directora da Escola de Dança Clara Leão), a cantora e compositora Débora Umbelino (Surma), os músicos da banda First Breath After Coma, Frédéric da Cruz (director artístico do Leirena Teatro), Hugo Ferreira (fundador da Omnichord Records), Jorge Cardinali (mediador de pares na InPulsar e membro do Conselho Local de Cidadãos do Núcleo distrital de Leiria da EAPN Portugal), Júlio Bilhota Xavier (pediatra), Maria Guarino (professora adjunta na Escola Superior de Saúde do Politécnico de Leiria), Paulo Kellerman (escritor), Pedro Oliveira (director artístico do Nariz) e Ricardo Graça (fotógrafo do JORNAL DE LEIRIA).
Iniciada hoje, 6 de Abril, no âmbito da Semana da Interculturalidade, contra o discurso do ódio e sob o lema “O Discurso de Ódio não é Argumento. #Daravoltaaotexto #EAPN”, a campanha decorre até 30 de Abril e abrange os 18 distritos de Portugal continental e o Arquipélago da Madeira.
Em cada distrito, foram convidadas 15 pessoas para vestirem uma t-shirt com uma das mensagens e para a publicitarem nas redes sociais.
"O discurso de ódio tem vindo a ganhar cada vez mais espaço dentro da Europa e em Portugal não é excepção. Este discurso encontra-se reproduzido não só num “português suave” em conversas e comentários espontâneos, mas também de forma explícita através das redes sociais, de caixas de comentários de notícias, nas paredes das cidades ou mesmo em acções de ruas", explica a EAPN Portugal, num esclarecimento enviado pelo Núcleo Distrital de Leiria.
Pretende-se alertar para tipos distintos de discriminação (classismo, xenofobia, machismo, racismo, homofobia e transfobia) e, de forma simples e eficaz, “defender um discurso humano, digno e com algum humor, com o objectivo de desarmar a futilidade com que muitas dessas ofensas são proferidas, provocando uma reflexão critica sobre esses preconceitos”, refere Miguel Januário, mentor da campanha direccionada apenas para as redes sociais, citado pela EAPN Portugal.