Sociedade
Vermoil propõe centro interpretativo para as ruínas romanas da Telhada
Do projecto fará igualmente o aproveitamento e a interpretação do moinho do Abreolho
A integração de Pombal no consórcio promotor da candidatura ECC PROVERE Portugal Romano, iniciativa que tem como fim a salvaguarda do legado romano no território de 14 municípios de cinco NUT da região, poderá ser mais um passo para a criação do Centro Interpretativo das Ruínas Romanas da Telhada, em Vermoil (Pombal).
Neste momento, a junta de freguesia local está a dar forma a um projecto que fará igualmente o aproveitamento e a interpretação do singular moinho do Abreolho e de três trilhos pedestres, um com uma vertente mais desportiva e de saúde e dois outros com um cariz histórico, dedicados à presença romana no território e ao pedagogo João de Barros.
“A nossa intenção é restaurar a escola do Tojal e instalar uma sala dedicada ao moinho e outra às ruínas da Telhada”, explica Daniel Ferreira. Contudo, o presidente da junta diz que tudo dependerá da capacidade de captar verbas através da Terras de Sicó e do Portugal Romano.
“Já entrei em contacto com a câmara para avançarmos com este projecto. Estamos a negociar com uma empresa a consolidação das ruínas, que agora estão protegidas, tapadas com solo”, adianta o autarca.
Em 2023, uma equipa de mais de uma dezena de arqueólogos internacionais esteve uma temporada a estudar os vestígios do império romano. Identificados em 1995, no âmbito dos trabalhos de prospecção para a tese de doutoramento de João Pedro Bernardes, são o que resta de um vicus – zona urbana - com mais de cinco hectares.
Estes sinais testemunham a possível existência de uma estalagem, entre os séculos I e V, que dava apoio à via romana que ligava Collippo (Batalha/Leiria) a Conimbriga (Condeixa).
Mais tarde, o local poderá ter sido um centro de produção de vinho ou de azeite, pois foi detectada a presença de talhas e recipientes de grandes dimensões, destinados ao armazenamento local, e uma pequena oficina de ferreiro com forja.
Vestígios no território revelam um passado pré-romano e ocupação humana, provavelmente, das antigas tribos celtas que ocupavam esta parte da península.