Opinião

# In great leaders we trust!

8 nov 2024 11:26

Esta é a responsabilidade maior dos grandes líderes ou dos mais pequenos: ter uma atitude e postura irrepreensível por forma a inspirar outros

Provavelmente quando o JORNAL DE LEIRIA publicar este texto já os cidadãos dos Estados Unidos terão decidido qual o rumo de uma nova ordem mundial, mas o dia em que vos escrevo é o dia antes de amanhã, ensombrado pela incerteza para o mundo e por dias muito feios que o antecederam aqui em Portugal, ou pelo tormento que continua na Ucrânia e no Médio Oriente,  escondidos entretanto pelo menos a nível mediático, pela gigantesca tragédia e desespero que se abateu sobre os nossos vizinhos espanhóis . 

Mas hoje gostava de vos falar de líderes, aqueles que para o bem e para o mal devem ter uma palavra a dizer sobre estes assuntos prementes e fraturantes e que inspiram para a ação ou para a inércia. Não estou a pensar apenas nos Bruce Springsteen ou Byonces, Malalas ou nas Gretas ou nos Banksy desta vida,  mas da responsabilidade de todos nós, que figuras públicas, de maior ou menor escala, para muitos, para menos, ou para os de casa, deveríamos ter, assumir, ou pensar, para inspirar quem nos ouve, vê, lê, ou segue como exemplo. 

Há quem siga estes líderes, artistas, ativistas grandes, médios ou pequenos, para todo o lado e tente mimetizar as suas opiniões e ações, logo e como diria o uncle Ben, inspirado se  calhar em Voltaire ou em Churchill, a quem também se atribui esta expressão, “com grande poder, vem a grande responsabilidade”.

E é a meu ver, esta a responsabilidade maior dos grandes líderes ou dos mais pequenos: ter uma atitude e postura irrepreensível por forma a inspirar outros. Estar atentos ao mundo e perceber que mesmo que ingenuamente ou de forma visceral e incontrolável, uma atitude boa, mas irrefletida, imponderada, ou desperta para tal, pode ser muito mal interpretada e até prejudicial. Há ações que não se podem tomar, e por outro lado outras que não podem ser omissas.

Mesmo sendo apenas humanos como o comum dos mortais, importará aos líderes estar atentíssimos ! Talvez um grande líder ao agitar bandeiras nacionais, mesmo que com a melhor das intenções, numa semana em que o país é invadido por discursos nacionalistas, racistas e xenófobos, e ações que envergonhavam qualquer discurso sobre os direitos humanos, devesse dar uma palavra sobre união e sobre respeito mútuo e enquadrar a sua ação num contexto.

Talvez grandes líderes antes de momentos de união e de comunhão de emoções, devessem coibir-se de ser violentos e mal educados com outros, pelo menos à frente de todos, quando algo lhes corre menos bem e têm o coração e o sangue a ferver.

Talvez grandes líderes pudessem chamar as suas equipas, para comer consigo à mesa, mesmo que o jantar não seja do seu agrado, mas que não se considerem como superiores e não deixem ninguém de fora.

Talvez os grandes líderes pudessem arregaçar mangas e varrer a lama, servir o chá que conforta no inverno, estender a mão para ajudar a levantar, apanhar as pedras para edificar, e dar aquele abraço ou palavra de incentivo que torna melhor o dia de uma pessoa, e que promove o conforto e o apaziguar dos ânimos. 

Como diria o Martim Sousa Tavares, liderar pela beleza é uma das mais belas formas de liderança que existe e eu acrescento, aqui uma gigantesca ética do cuidado à equação.

In great leaders we shall trust…may the great persons behind great leaders be with us! 


Texto escrito segundo as regras do Novo Acordo Ortográfico de 1990