Desporto

2.ª Volta a Portugal Feminina: “É um orgulho grande, um sentimento de dever cumprido”

25 jun 2022 10:00

Atleta leiriense Nádia Alexandre Henriques terminou a prova em 13.º na juventude e em 56.º na classificação geral

‘Nádika’ integrou a equipa portuguesa sub-23
‘Nádika’ integrou a equipa portuguesa sub-23
FPC
Leiriense ficou em 13.º na juventude e em 56.º na classificação geral
Leiriense ficou em 13.º na juventude e em 56.º na classificação geral
Este é o ano de estreia da atleta nas competições de ciclismo
Este é o ano de estreia da atleta nas competições de ciclismo
Pelo caminho, ao longo de quase 300 quilómetros de prova em quatro dias, estiveram sempre familiares, amigos e colegas da modalidade
Pelo caminho, ao longo de quase 300 quilómetros de prova em quatro dias, estiveram sempre familiares, amigos e colegas da modalidade
DR
Patrícia Carreira Gonçalves

O pequeno friozinho na barriga foi dando lugar à convicção de que sofrer era apenas meio caminho andado para conseguir chegar à meta. Vestiu as cores portuguesas, carregou o nome do País no peito e nos ombros, quase colocou as colegas no chão ao aquecer num equipamento que não costumava usar e pedalou durante quatro dias com o número 163 ao longo de 273,4 quilómetros.

Pelo primeiro ano em competição na modalidade, Nádia Alexandre Henriques, a atleta de 18 anos dos Barreiros, na freguesia de Amor, concelho de Leiria, concluiu a 2.ª Volta a Portugal Feminina com a equipa portuguesa sub-23.

“Vim sem expectativas e apenas com o objectivo de chegar bem ao final”, conta a ‘Nádika’ que ficou em 13.º na juventude e em 56.º na classificação geral.

Depois de uma última etapa-rainha longa com uma subida desafiante, no domingo, o fim foi memorável: “É um orgulho grande, um sentimento de dever cumprido e de muita felicidade”.

A competir com cerca de uma centena de atletas, de 10 equipas portuguesas e 7 estrangeiras, numa prova que passou pela região, conta que aprendeu muito com a sua equipa, confessa que “afinal a subida do Reguengo do Fetal [Batalha] não era assim tão difícil” e garante que “só desistia se houvesse uma queda”.

“O mais difícil foi acompanhar a velocidade e a intensidade que as estrangeiras meteram no pelotão (…) Cheguei a descolar-me para seguir ao meu ritmo e gerir a energia”, confidencia, depois de ter feito uma média de 35 quilómetros por hora.

Na primeira prova que fez com tantos quilómetros, assume que desta forma conseguiu contornar “o cansaço acumulado e o desgaste”. “Mais do que pernas é preciso estar forte psicologicamente porque a cabeça é que manda, e pensar que os outros vão como eu e no que está no fim dá-me força para continuar”, acrescenta ainda, sobre uma filosofia desportiva que se assemelha à do seu ídolo, o ciclista João Almeida.

Pelo caminho não faltou o apoio da família, amigos e até colegas da modalidade que marcaram presença em todas as jornadas. “Ao ritmo que íamos nem dava para ver a paisagem, mas ouvi muitas vezes a chamarem por mim e vi muitas pessoa a dar-me força com cartazes e até a bandeira de Portugal”, recorda. Entre os ‘fãs’ esteve sempre Paulo Areia, o tio que lhe incutiu o bichinho do mundo do ciclismo e que percorreu todas as etapas “muito orgulhoso e feliz”.

Depois desta prova de fogo, a atleta acompanhada pelo treinador leiriense Pedro Carvalho que integra a equipa Bike & Nutrition, de Setubal, já se prepara para o Campeonato Nacional que está para breve.

“Vou continuar a treinar e espero voltar mais forte”, conclui.