Covid-19

Batalha e Porto de Mós sem médico de saúde pública

29 out 2020 16:50

Presidente da Câmara da Batalha reclama mais meios para a saúde pública da região e adverte: perante a falta de recursos, “é humanamente impossível assegurar o acompanhamento e verificar a rede de contactos” dos casos de Covid-19.

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Autarca da Batalha reclama mais médicos de saúde pública para a região
Ricardo Graça
Maria Anabela Silva

Os concelhos de Batalha e de Porto de Mós estão, há várias semanas, sem médico de saúde pública, num momento em que, tal como no País e na região, esses municípios enfrentam um agravamento da situação pandémica.

Ao que o JORNAL DE LEIRIA apurou, os dois delegados de saúde encontram-se de baixa médica, o mesmo acontecendo com a enfermeira de saúde pública afecta a Porto de Mós.

A falta de médico de saúde pública no concelho foi um dos assuntos abordados na reunião da Comissão Municipal de Protecção Civil da Batalha, convocada de emergência pelo presidente da Câmara, para avaliar a evolução da situação epidemiológica.

“O município da Batalha está sem delegado de Saúde há mais de um mês e apenas meia dúzia de profissionais da saúde pública estão a acompanhar uma população de cerca de 300 mil habitantes, correspondente aos concelhos da Batalha, Leiria, Marinha Grande, Pombal e Porto de Mós”, denúncia Paulo Batista Santos.

Em declarações ao JORNAL DE LEIRIA, o presidente da Câmara da Batalha considera “manifestamente insuficientes” os recursos existentes para acompanhar “os cerca de 1.200 casos que estão vigilância” nestes concelhos, que integram o Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Litoral.

“É humanamente impossível assegurar o acompanhamento e verificar o rede de contactos com os meios existentes. Perde-se o rasto a essas pessoas e aumenta-se o risco de contágio”, adverte o autarca, revelando que “há pessoas identificadas como casos positivos há mais de duas semanas e que nunca foram contactadas”.

Numa nota de imprensa emitida após a reunião da Comissão Municipal de Protecção Civil, a Câmara da Batalha reclama mais médicos de saúde pública para a região e mais meios humanos para “apoio à exigente tarefa desses profissionais”.

Paulo Batista Santos defende ainda que, além de mais recursos, “o crescimento anormal” do número de pessoas infectadas com Covid-19 registado nos últimos dias, exige também “alteração de comportamento por parte da nossa comunidade, defende

Na reunião extraordinária da Comissão Municipal de Protecção Civil da Batalha foram identificadas as ocorrências recentes de surtos da Covid-19 no concelho, que está com 51 casos activos (dados do último boletim divulgado, esta manhã, pela Comissão Distrital de Protecção Civil) e ratificadas as medidas adicionais aprovadas pelo Município para mitigar os risco de contágio,

Entre as medidas definidas está o encerramento de parques infantis e de alguns equipamentos municipais. “Serão igualmente reforçadas as acções de fiscalização da GNR na verificação do cumprimento dos aglomerados de pessoas e estão previstas reduções dos horários dos estabelecimentos, caso o número de casos activos continue elevado”, informa a Câmara.