Sociedade
Comer bem é ter uma alimentação equilibrada e sustentável
Dia Mundial da Alimentação: Uma alimentação saudável pode ser o equilíbrio entre comermos o que nos faz bem e o que nos faz sentir bem. O padrão mediterrânico é o mais defendido pelos nutricionistas
“Nunca foi tão fácil aceder à informação, mas também nunca foi tão difícil para pessoas que são leigas aceder a informação de qualidade.” O alerta é deixado por Nuno Santos, nutricionista e investigador do Politécnico de Leiria.
Basta fazer uma pesquisa sem grande esforço no Google para rapidamente aparecerem dietas milagrosas e super-alimentos que curam doenças, substituem medicamentos e dão a garantia de uma vida saudável.
A comemorar-se o Dia Mundial da Alimentação, que se assinala no dia 16 de Outubro, é preciso sublinhar que cada pessoa é única e que os alimentos podem ser utilizados como coadjuvantes de uma recuperação e serem incluídos numa dieta saudável, mas será sempre em conjunto e não apenas isolados.
O alerta é deixado pelos vários especialistas em nutrição com quem o JORNAL DE LEIRIA falou, que são unânimes em apontar o padrão mediterrânico – associa a alimentação ao estilo de vida – como o que melhores resultados oferece para uma alimentação saudável.
Equilíbrio e sustentabilidade e uma aposta na roda dos alimentos nas quantidades certas parecem ser o segredo para uma alimentação saudável, em pessoas sem patologias.
Esta base, aliada ao exercício físico, será um contributo para a prevenção de doenças cardiovasculares, obesidade ou diabetes, asseguram os nutricionistas.
“Alimentação saudável é comer de tudo na quantidade certa e no tempo certo. Deve ser adequada, equilibrada, variada e completa. Não defendo as restrições severas, a não ser em caso de patologias associadas que o justifiquem”, afirma Graça Medina, coordenadora da Unidade de Nutrição e Dietética do Centro Hospitalar de Leiria (CHL).
Ângela Carvalho, nutricionista do CHL, acrescenta que “não será seguir tanto a pirâmide, mas a roda dos alimentos mediterrânica”, pois esse tipo de alimentos dá respostas “não só em termos de saúde, mas também de sustentabilidade”. Esta nutricionista defende que uma boa alimentação deve ser “exequível a longo prazo” e “sustentável para o ambiente”. Por isso, um plano alimentar deverá ser personalizado e apostar em alimentos da época e regionais.
Marlene Lages, investigadora do ciTechCare – Centro de Inovação em Tecnologias e Cuidados de Saúde do Politécnico de Leiria, adverte ainda que a alimentação saudável poder ser um problema, provocando ortorexia, uma doença que se traduz pela obsessão por uma alimentação saudável.
Por isso, também esta nutricionista aponta o “equilíbrio entre comermos o que nos faz bem e o que nos faz sentir bem” como uma das fórmulas a ser usada. “Não deve haver uma restrição demasiado elevada porque pode levar a esta tal obsessão”, reforça, lembrando que há o hábito, hoje em dia, de transformar alimentos menos saudáveis em saudáveis para não se sentir culpa quando os ingerimos.
“Por exemplo, as bolas de Berlim, que são um produto que só consumimos esporadicamente e que nos dão gosto, são agora produzidas em versões mais saudáveis, o que pode não ser a melhor solução.” Além do consumo de produtos
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