Comunidade LGBTQIAP+ denuncia ter sido alvo de arremesso de ovos

A comunidade LGBTQIAP+ denuncia ter sido alvo de arremesso de ovos durante a 3.ª Marcha pelos Direitos LGBTQIA+, que decorreu em Leiria, no passado domingo.

Num comunicado, o Movimento LGBTI Leiria revela que quando o evento foi anunciado surgiram "vários comentários LGBTI fóbicos que acompanharam" nas redes sociais de jornais regionais e da autarquia, que anunciaram o evento.

"Como se os comentários de ódio online não fossem suficientes, a violência estendeu-se à Marcha no dia 24 de Setembro, tendo sido um grupo de marchantes alvo de arremesso com ovos, aparentemente de alguma janela no Largo 5 de Outubro, no centro da cidade. As pessoas agressoras, ao atirarem ovos e ao esconderem-se só  demonstram a sua cobardia e impunidade que parece existir neste tipo de ataques", lê-se no comunicado.

A organização da Leiria, Marcha! entende que "qualquer forma de neutralidade, seja de colectivos ou representantes públicos, demonstra conivência para com este tipo de ataques e desrespeito para com a comunidade LGBTQIAP+" e alerta para que "a neutralidade não propague a intolerância e a violência".

"É também por estes motivos que ainda é necessário marchar, pois não podemos dar como adquiridos os direitos que estão conquistados e que a todo momento estão sob ameaça de serem retirados. É também necessário relembrar do tanto que ainda precisa ser feito. E por isso, agradecemos a resistência de Leiria e das pessoas que marcharam juntas em prol dos nossos direitos", acrescenta o comunicado, assinado pelas associações de estudantes das escolas superiores de Educação e Ciências Sociais, Tecnologia e Gestão e de Saúde, do Politécnico de Leiria, Movimento LGBTI Leiria, grupo de Leiria da Amnistia Internacional e a Collippo.

Entretanto, as comissões Distrital e Concelhia de Leiria do Bloco de Esquerda solidarizaram-se "com todas as pessoas violentadas que participaram na 3.ª Marcha LGBTQIA+ de Leiria e condena categoricamente os actos de violência que ocorreram durante a marcha, assim como aqueles que a antecederam".

"Os actos de violência a que assistimos um pouco por todo o país, desde Lisboa, a São João da Madeira, a Bragança, não foram casos isolados e alastraram-se a Leiria. Lamentamos que um momento de luta e celebração tenha ficado manchado desta forma. No Bloco de Esquerda reafirmamos o nosso compromisso político com esta luta. Far-nos-emos ouvir em todas as Marchas e em todos os espaços de luta pela igualdade, pela dignidade e pela segurança. Ninguém larga a mão de ninguém", lê-se num comunicado do partido.