Saúde
Direcção do SNS impede doentes com cancro da mama de serem tratadas no Hospital de Caldas da Rainha
Unidade clínica da cidade foi requalificada recentemente e tem capacidade para 150 cirurgias anuais
O executivo da Câmara Municipal de Caldas da Rainha está contra uma deliberação da Direcção Executiva do SNS que impede o tratamento com qualidade de pessoas com cancro da mama no Hospital de Caldas.
Há 40 anos que a Unidade de Caldas da Rainha do Centro Hospitalar do Oeste trata os doentes com patologia oncológica mamária e foi requalificada com equipamentos e técnicos clínicos, incluindo o acesso a cirurgião plástico.
Agora, porém, não pode tratar o cancro da mama com base num único critério: o número de ocorrências por ano.
"As pessoas não podem ser tratadas como números. O Hospital de Caldas mantém uma equipa dedicada ao cancro da mama, conseguindo dar respostas às utentes numa semana, tanto no que diz respeito a consultas, como a tratamentos e a cirurgias", afirma o presidente da autarquia, Vítor Marques.
O autarca, em comunicado, faz notar que a unidade de Caldas da Rainha tem uma capacidade instalada que permite realizar cerca de 150 cirurgias anualmente.
"Com esta ordem de impedimento absolutamente inexplicável por parte do SNS, que se baseia apenas em critérios de quantidade e não de qualidade, as doentes terão de ser deslocadas para o IPO de Lisboa, com os problemas que já se conhecem, acabando por entrar numa longa lista de espera que pode ir além dos dois meses para a realização de simples consultas, diagnósticos, ou tratamentos e cirurgias."
Vítor Marques afirma que “este é mais um episódio de menosprezo do Ministério da Saúde em relação aos habitantes da nossa região, depois da decisão precipitada de encerrar a prazo o actual Hospital de Caldas."
Adianta que a construção do futuro Centro Hospitalar do Oeste irá demorar, pelo menos, 10 anos – e tendo em conta a necessidade de dotar o atual Hospital das melhores condições para dar uma resposta adequada às necessidades das populações – a Câmara Municipal avançou com 725 mil euros de uma obra com o valor total de investimento público de 1 milhão e 300 mil euros para a reabilitação dos serviços da Maternidade e Obstetrícia em Caldas.
"Hoje tem das melhores condições do País, mas é a única maternidade com serviço de obstetrícia a nível nacional que tem as urgências fechadas durante quatro dias por semana pela dificuldade do SNS de encontrar os recursos humanos clínicos, sejam médicos ou outros profissionais necessários."
“Já temos uma das melhores pediatrias do País e esperamos também que este investimento seja tomado em conta na decisão do Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, em relação à localização do novo CHO. Como todos sabem, defendemos que deve ficar na região de Caldas e Óbidos”.