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Director do Bayerisches Staatsballett elogia António Casalinho: “Estou muito feliz por ter um talento tão excepcional”
Com apenas 19 anos de idade, António Casalinho sobe a primeiro solista, o segundo patamar mais importante na hierarquia da Bayerisches Staatsballett, em Munique, na Alemanha
Chegou a Munique em Setembro de 2021, e agora, com apenas 19 anos de idade, sobe a primeiro solista do Bayerisches Staatsballett.
António Casalinho, de Leiria, continua a encantar.
O director da companhia, Laurent Hilaire, não poupa nos elogios: “Tem excelente técnica, óptima presença de palco e um apurado senso para uma interpretação inteligente e diferenciada”, comenta ao JORNAL DE LEIRIA, numa declaração por escrito.
“Ele destaca-se em bailados de acção clássicos, como recentemente no papel de Mercutio em Romeu e Julieta, e em obras neoclássicas ou modernas de Alexei Ratmansky ou Marco Goecke”.
A promoção, de solista a primeiro solista, o segundo patamar mais importante na hierarquia da companhia, apenas abaixo dos solistas principais, é “mais do que merecida”, segundo Laurent Hilaire: “Estou muito feliz por ter um talento tão excepcional”.
Antigo aluno do Conservatório Internacional de Ballet e Dança Annarella Sanchez, António Casalinho iniciou o percurso aos oito anos de idade e tem contrato profissional com o Bayerisches Staatsballett, em Munique, na Alemanha, onde está desde Setembro de 2021.
“Não gosto de chamar ao que faço trabalho”, diz ao JORNAL DE LEIRIA. “É um estilo de vida”.
A ascensão a primeiro solista, válida a partir de 1 de Janeiro de 2023, representa “o reconhecimento tornado oficial” que premeia a “dedicação”, mas, chegar ainda mais longe, “é um objectivo” e “uma ambição”, reconhece: “Quero continuar a progredir não só nos escalões da companhia mas enquanto bailarino”.
O anúncio, sem aviso prévio, pela voz de Laurent Hilaire, no final da estreia da nova produção, Tschaikowski-Ouvertüren, a 23 de Dezembro, proporcionou “uma satisfação enorme”, comenta António Casalinho, que conta no Bayerisches Staatsballett com a bailarina Margarita Fernandes, também antiga aluna do Conservatório Internacional de Ballet e Dança Annarella Sanchez.
Esta terça-feira, António Casalinho volta a apresentar-se em Munique. E tem espectáculos agendados para 30 e 31 de Dezembro. Em Março, com Margarita Fernandes, vai actuar numa gala em Paris.
Do tempo na Alemanha, em palco, destaca o bailado Coppelia, em que interpretou Franz. “Foi o meu primeiro papel principal, é uma das coisas mais memoráveis para mim. Sem dúvida que esta première [da produção Tschaikowski-Ouvertüren] também, e a primeira vez que dancei Mercutio, em Romeu e Julieta, uma personagem que gosto muito de interpretar e que tem muito carácter”.
António Casalinho, que dançou pelo última vez em Leiria no Verão de 2022, acredita que na Alemanha cresceu, sobretudo, “enquanto pessoa” e “a nível de independência”.
Hoje, sente-se melhor preparado para uma profissão que é “extremamente completa” e que considera “a Fórmula 1 da dança”.
Para a professora Annarella Sanchez, o sucesso do antigo pupilo vem da energia que se reflecte no palco: “Consegue tudo porque mantém o foco e a disciplina”.
A promoção, na opinião de Annarella Sanchez, constitui “um momento muito importante” no contexto de “uma das maiores companhias da Alemanha” e “numa grande cidade”.
“Normalmente, um bailarino demora bastante tempo a subir categorias”, assinala.
Sobre o percurso de António Casalinho, “um caminho longo e ao mesmo tempo curto”, a professora com origens em Cuba, mas radicada em Leiria, não tem dúvidas: “Não foi só o talento, foi sempre uma pessoa que trabalhou muito para isso”.