Sociedade

"Felizmente, a felicidade é uma escolha consciente!"

25 mar 2017 00:00

Celebrou-se na segunda-feira, dia 20 de Março, o Dia Internacional da Felicidade. A Escola Secundária Domingos Sequeira lançou um desafo à comunidade: "com um pequeno gesto, faça alguém feliz".

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O que é a felicidade? Onde está a felicidade? Como se alcança a felicidade? São estas as principais dúvidas que surgem sobre este tão vago conceito. "Estado de quem é feliz; bem-estar", é o que nos diz o dicionário.

Mas, afinal, onde está o berço da felicidade? "Especialmente, dentro de si mesmo", diz Luís Miguel Neto.

Há cinco anos que se celebra o Dia Internacional da Felicidade, no dia 20 de Março. Defendendo que "a busca pela felicidade é um dos objectivos fundamentais do ser humano", este dia foi aprovado, por unanimidade, em 2012, por 193 estados-membros da ONU (Organização das Nações Unidas).

"A felicidade são experiências multifacetadas, que vão do hedonismo - a busca do prazer e a fuga da dor - à eudaimonia (palavra grega que descreve uma vida com propósito, maior que nós mesmos). Por isso, pode estar em tanto lado...fora e dentro de nós, nas redes que tecemos, desde aquilo ao que generosamente damos", considera Helena Marujo.

Luís Miguel Neto e Helena Marujo são professores da pós-graduação em Psicologia Positiva Aplicada no ISCSP (Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, da Universidade de Lisboa), que colaborou com a Escola Secundária Domingos Sequeira (ESDS) na comemoração do Dia Internacional da Felicidade.

Na segunda-feira, no âmbito da Humanosofia, projecto da ESDS, algumas alunas quiseram assinalar o Dia Internacional da Felicidade na escola. Conceição Fernandes, professora, explica que o objectivo principal da Humanosofia é proporcionar aos alunos "estratégias do ponto de vista da gestão das emoções".

"Inicialmente, este projecto era para o nosso próprio bem-estar. Depois, vimos que nos fez tão bem, que decidimos também mostrar aos outros o que fazemos e tentar que também resulte com eles", explicam as alunas. "É muito gratificante ver que o nosso trabalho pode ajudar os outros." 

"A felicidade também é aceitar e reciclar o negativo"

Apesar de considerar que existem momentos de plena felicidade, Helena Marujo frisa que "são isso mesmo: momentos".

Existem ocasiões totalmente felizes, mas existem também ocasiões totalmente infelizes - "a vida é dinâmica, por isso, o bom e o mau acontecem em diálogo." Reciclar memórias, mesmo que negativas, "pode ser uma força boa nas nossas vidas", considera a docente. "Ao abraçar o negativo e o positivo, harmonizamos a existência e, para isso, precisamos de ter passado, presente e futuro."

"A felicidade também é aceitar e reciclar o negativo", fazendo de conta que não se sente raiva, tristeza ou ciúme - "tratam-se de emoções humanas, e ser humano é isso tudo".

Só com essa "completa humanidade", adianta Helena Marujo, mas decidindo lutar "pela alegria, pela serenidade, pela pacificação nas relações com os outros, por sair do ego para o eco, do auto-foco para o foco no comum", é que "habitará mais vezes a felicidade". E, por vezes, podem existir vantagens em "imitar a felicidade e as emoções que lhe estão associadas", remata.

Luís Miguel Neto frisa: "viver só não chega, é preciso reflectir o que se vive". A constante busca pelo perfeccionismo, diz o docente, "é meio caminho andado para a depressão."

"Uma boa ideia é considerar os pensamentos como ‘coisas’, objectos sujeitos a um tipo de causalidade equivalente ao mundo físico. A investigação científica revela que a nossa vida mental e relacional tem as maiores consequências nos sistemas biológicos que compõem o organismo humano: somos o que pensamos e sentimos. Felizmente, a felicidade é uma escolha consciente!"

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