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Lançada carta peticionária a favor do 'Pinhal das Artes'

11 jan 2016 00:00

Umas das justificações da técnica da Unidade de Gestão Florestal do Centro Litoral para impedir a utilização do pinhal foi o impacto dos carrinhos de bebé

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Com o título Pinhal das Artes cancelado! Vamos reclamar ou cruzar os braços?, foi lançada uma carta peticionária para alertar o Ministério da Agricultura do erro que foi impedir a realização do festival de artes para a primeira infância no “lugar das árvores”, em São Pedro de Moel, Marinha Grande, que levou ao cancelamento do evento.

Recorde-se que uma das justificações avançadas pela técnica da Unidade de Gestão Florestal do Centro Litoral (Marinha Grande), Rita Gomes, foi o impacto ambiental nas raízes da flora local, devido à circulação de muitos carrinhos de bebé. O local, uma popular zona de piqueniques de Verão, é conhecido como tendo apenas eucaliptos, mimosas e outras espécies exóticas infestantes.

A petição incentiva à acção: “partilhem, reclamem: agitar as águas, não aceitar tudo de braços cruzados é uma boa resolução para 2016!” e sugere um texto que deverá ser enviado aos serviços competentes, através dos endereços aqui reproduzidos

Ex.mo Sr. Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural

Dr. Amândio Torres – gabinete.sefdr@mafdr.gov.pt

Ex.mo Sr.- Director Regional de Florestas do Centro

Engenheiro Viriato Garcez – drf.centro@afn.min-agricultura.pt

Unidade de Gestão Florestal do Centro Litoral

drf.centro@afn.min-agricultura.pt

Venho por este meio, manifestar a minha indignação, desagrado, pesar e incompreensão face à decisão emanada pela Unidade de Gestão Florestal do Centro Litoral, que se encontra sobre alçada de Vossa Excelência, relativamente à não autorização para a realização do festival de artes para a primeira infância, denominado Pinhal das Artes, no Lugar das Árvores, em S. Pedro de Moel.

Sendo eu e minha família presença assídua no Pinhal das Artes, desde 2009, desfrutando de três dias em cada edição, de puro deleite para os sentidos, num ambiente fantástico de partilha, comunhão e respeito pela natureza, não posso compreender, nem aceitar, a fundamentação apresentada para não ter sido concedida a autorização. O que observei de perto, em todos os anos do Pinhal das Artes, foi uma preocupação extrema de toda a organização do Pinhal das Artes e artistas em preservar e valorizar um espaço privilegiado e tão bonito, denotando uma enorme consciência ambiental e ecológica, referida, transmitida e sentida em todas as enriquecedoras atividades do Pinhal das Artes.

A decisão baseia-se, segundo o que foi divulgado pela imprensa, no impacto ambiental da circulação de muitos carrinhos de bebé. Qual é a sustentação desta afirmação? Importa saber, é feito como base em algum estudo ambiental, realizado a seguir às edições do Pinhal das Artes? Foi registada, pelos vossos serviços, alguma alteração na flora e fauna consequente do Pinhal das Artes? Ainda segundo a imprensa, apresentaram como alternativa, a realização do Festival noutros locais do Pinhal de Leiria, recusados pela organização, devido a problemas logísticos. A minha questão é noutro local do pinhal de Leiria não se colocaria a mesma questão do impacto ambiental que no Lugar das Árvores? Por que razão ou especificidade?

O Pinhal das Artes é uma iniciativa, dedicada às crianças, em prol da música, da cultura e da arte, despertando sentidos e consciências, merece todo o respeito e louvor pelo espírito de entrega, preocupação e abnegação de toda a organização. É um evento sem igual em Portugal, de excelente qualidade, estimado, valorizado e aguardado por muitas famílias.

É desejo e dever de todos preservar e estimar o nosso património assim como valorizar, apoiar e louvar iniciativas da qualidade, riqueza cultural e envergadura do Pinhal das Artes.

Face ao exposto, agradecia um esclarecimento bem fundamento, rigoroso e científico para a decisão tomada, por respeito a toda organização do Pinhal das Artes e para que TODOS possamos compreender e aceitar a decisão emanada.